DISCLAIMER: Harry Potter e sua turma de trocentos personagens NÃO me pertencem. Me chamo Cami Rocha e não J.K Rowling. Também não tanho um tostão furado pra escrever esta fanfic. Maaaas, se eu ficar sabendo de um capeta que me copiou ou fez coisas indevidas com a minha fanfic, eu vou fazer a pessoa tocar flauta por lugares alternativos!
Avisos: A fanfic é slash, ou seja, homem com homem. Homem beijando homem. Homem e homem fazendo coisinhas. Se você não gosta (não sabe o que tá perdendo, pobrezinho), não leia. Mas tudo que é proibido é mais gostoso, eu sei quem odeia slash vai ler a fanfic mesmo assim. Então, por favor, fica na sua! Reviews mal educadas não serão toleradas. E tenho dito. Ah, não tenho nada contra lufas.
10 motivos para odiar lufa-lufas.
Se eu pudesse roubar Remus John Lupin para mim, eu roubaria. Todos os sorrisos seriam meus. Os olhares compreensivos e até os mais irritados, os abraços, as gargalhadas, as conversas compreensivas, as broncas... Tudo pra mim. Só pra mim. Mas, como nem tudo na vida são flores, Remus tem vida própria. É dono do seu focinho e estou longe de ser o centro de sua atenção. E uma das coisas que mais me incomoda é sua sociabilidade. Conversa com todos, e todos inclui Severus Snape. Não que um aceno de cabeça, uma vez ou outra, seja algum tipo de conversa. Mas qualquer pessoa que interaja com Seboso, já pode ser considerada sociável.
Ultimamente Remus anda falando demais com os lufos. Não que eu ache isso errado, afinal, são lufos, mas... Não gosto da idéia de ver Remus confraternizando a todo o momento com aqueles amarelinhos "sou feliz porque o céu é azul". Estou tentando me concentrar em meu café da manhã, mas não consigo. Esta história de lufos me deixa sem apetite.
James continua falando como uma velha fofoqueira. Aposto que é sobre Lílian, mas não dou a mínima. Queria ser uma mosca para descobrir o que aquela lufa loirinha acabou de dizer para Remus, porque ele deu uma risada animada. Passo manteiga de qualquer jeito em minha torrada. Olho para James, mas não escuto nada. Ele fala, fala e não assimilo. Rabicho parece estar entediado com o rumo da conversa de James. É, não estou perdendo nada mesmo. Onde eu estava?
Sim. Na mesa da Lufa-Lufa. Remus começou a tomar seu café da manhã. Como ousa? Conversar, tudo bem, eu deixo, mas aquilo já era demais. A torrada em minha mão virou farelo. Não estava com fome mesmo. Eu odeio os lufos. Me tiram o amigo e ainda me fazem perder o apetite.
— Por que raios Remus fica de conversinha fiada com os lufos? – perguntei irritado. A face de James se contorceu e ele bufou alto.
— Você não estava prestando atenção em nada do que eu dizia, né, Sirius? – James rebateu, arrumando os óculos no rosto. Quando ele me chama de Sirius, a coisa tende a ficar perigosa. James é do tipo egocêntrico, muito mais do que todo o mundo multiplicado por três. Ele gosta que prestemos atenção em todas suas vírgulas enquanto fala. E isso me irrita um pouco, ainda mais quando, supostamente, estaria falando de Lílian Evans.
— Estava falando sobre a Evans, quem mais? – respondi. Havia 99.9 de chances de acerto.
— É, estava... – James respondeu ainda meio irritado.
Bingo! Dez pontos para a Grifinória.
— Mas o que você acha? – ele continuou.
— Eu perguntei primeiro, Pontas – respondi rapidamente — Por que o Remus anda trocando a nossa tão ilustre companhia por um bando de lufos?
— Ele anda?
— Se Remus usasse saia, fosse ruivo, tivesse olhos verdes e atendesse por Evans, você saberia.
Rabicho riu
— Seria uma menina muito feia!
— Rabicho, guarde seus comentários pra você... – James respondeu. Ele olhou para a mesa dos lufos e deu com os ombros. – Devem estar discutindo alguma coisa fascinante. E fascinante para o Remus é alguma bobagem relacionada a algum livro.
— Ou chocolate... – Rabicho completou.
— Não estamos perdendo nada então – James concluiu. – Vai, vamos lá... Quero ver se consigo sentar perto da Evans na aula de Poções.
Eu e Rabicho rolamos os olhos. Aquela história de Evans pra lá e Evans pra cá estava ficando chata demais. Pessoas obsessivas são chatas, só pensam e falam naquilo. Pobre James! Ficar obcecado é bastante frustrante. E talvez isso tenha afastado Remus de nós. Olhei para trás antes de sair do Salão Principal. Remus continuava em seu lugar, conversando qualquer bobagem sobre livros. Ah, como eu queria acreditar nisso. Seriam os lufos tão interessantes assim? Por Merlin, essa história simplesmente não entra em minha cabeça.
E Remus não foi para aula. Remus Lupin faltando em aulas? Remus Lupin cabulando aulas sem nós? Ou melhor, Remus cabulando aula com os LUFOS? Não prestei atenção na aula toda. Como se eu precisasse. O que estariam fazendo? Brincando de esconde-esconde? Observando a natureza? Conjurando flores? O que os malditos lufos fazem quando cabulam as aulas? Pensar naquilo era tão absurdo como desejar ver a Mulher Gorda pelada dançando hula-hula. Impossível. Inimaginável. Horroroso.
Sempre achei que os lufos seriam a salvação do mundo. James também. Mas vejam só, estavam corrompendo o nosso lobinho. Estragando a nossa amizade. Semeando a discórdia entre os Marotos. Ah, como eu odeio os lufos!
A aula acabou, finalmente. Arrumei minhas coisas de qualquer jeito. Sequer limpei meu caldeirão. Enfiei tudo em minha mochila. Quem gostava de tudo arrumado era o Remus, e ele não estava ali para me aporrinhar sobre arrumação. Pelo contrário, ele era a última pessoa que poderia brigar comigo, após cabular duas aulas de Poções na companhia de lufos! Ah, como eu odeio estes malditos lufas amigos de todas as formigas de Hogwarts!
Na raiva, sai feito um balaço da sala de aula e acabei tropeçando em alguém. Quem mandou ficar parado no meio da passagem? Já estava pronto para azarar a maldita pilastra humana que me atrapalhou, quando notei um cheiro familiar. Cheirava a baunilha. Era Remus. Eu poderia sentir seu cheio há milhares de quilômetros, sem meu nariz e debaixo d'água. Talvez eu esteja prestando atenção demais em Remus. Mas não tenho culpa, meu olfato é um tanto quanto exagerado.
Eu estava caído no chão. Nós estávamos. Ele olhou para mim, meio assustado, e levantou rapidamente. Eu ainda fiquei alguns segundos parado, tentando assimilar o que tinha acontecido. Foi quando uma mão me foi estendida. Olhei para cima e reconheci o uniforme.
Amarelo. Oh, aquilo estava ficando frustrante demais. Não aceitaria ajuda de nenhum lufo. Nem aqui e nem em nenhum lugar. Assistir a Mulher Gorda dançando em trajes pequenos era menos humilhante do que aquilo. Me levantei rapidamente recusando a mão amiga. Não olhei para os dois, a poeira inexistente em minhas vestes era muito mais interessante.
— Por onde esteve? – escutei Rabicho perguntar, enquanto eu insistia em me recompor.
— Ah, nós fomos convocados para uma reunião de monitores de última hora – Remus explicou.
— Ahhhhh! Que sorte a tua, hein? – Pontas falou – Perdendo aula de Poções, assim, numa boa.
Não acredito que eles caíram nesta desculpa esfarrapada! Reunião de monitores de última hora? Sei, sei. E, sem querer, deixei escapar uma risadinha nervosa. Remus foi o único a perceber.
— Eu não sei o que é mais chato, perder aula ou ficar escutando o Filch reclamar e o Prof. Binns falando horas a fio – o tal do lufa falou. Se ele falasse que estavam ajudando os elfos com a louça do café da manhã seria bem mais bonito.
— Deixa eu te apresentar meus amigos – Remus disse e achei engraçado. Agora eu era amigo dele, né? Na hora de dar bom dia, de compartilhar uma conversa matinal, eu era apenas um grifinório qualquer. O tal do Sirius. Sirius quem? Maldito sejam os lufos. Eu que não fazia questão de maiores apresentações, virei as costas e fui embora. Era só o que estava me faltando. Confraternizar com o inimigo. Eu faço questão de descobrir quem era o Zé Mané metido a Monitor, e o que Remus fica fazendo com aquele bando de amantes dos Direitos Humanos Bruxos.
Durante o resto do dia, ninguém falou comigo direito. Eu também não fazia questão. Estava um pouco mal humorado. Okay, estava emputecido. Um hipogrifo com dor de dente chupando manga.
Passei o dia todo tentando não pensar em lufos ou qualquer coisa parecida. Passei o dia todo tentando não pensar em Remus e estava falhando miseravelmente. Porque não pensar em Remus era quase não existir. Durante o dia inteiro fiquei pensando sobre isso, de como ele estava impregnado em minha vida. Qualquer coisa me levava a ele. Qualquer pensamento tolo me levava a Remus Lupin, quando não meus olhos e meu corpo todo.
Eu não faço a mínima idéia de como todo este turbilhão de sentimentos chegaram, mas só pude notar a gravidade de tudo hoje. E como me incomoda... E como me irrita.
Já estava lendo pela décima terceira vez a frase "Helga Hufflepuff foi uma famosa agricultora que cultivava...", quando meus olhos me levaram a Remus. Quantas vezes eu já havia me distraído para dar uma olhada furtiva nele, eu não poderia dizer. Ele parecia um pouco incomodado. James tagarelava qualquer coisa (qualquer coisa chamada Lílian Evans) e Rabicho estranhamente prestava atenção. Então Remus capturou meu olhar. Senti meu estômago gelar, como se eu tivesse fazendo alguma coisa errada. Encarei por alguns segundos e fechei o livro. Como tudo aquilo me irritava. Era frustrante demais. Subi as escadas do salão comunal apressadamente e me joguei na primeira cama que apareceu em minha frente. A cama de Remus. Instantes depois, escutei apressados passos subindo as escadas. A porta se abriu e desejei que fosse ele. Não queria conversar, mas... Eu só queria tê-lo por perto.
— Qual seu problema, Sirius?
Virei o rosto pra janela. Não sabia o que dizer.
— Você se comportou feito uma criança de cinco anos hoje... – ele continuou a falar. Sentei-me na cama e o encarei profundamente. Remus pareceu desconcertado, mas logo voltou ao assunto.
— Você está superando as expectativas, e isso não é um elogio. Saindo como um louco por aí, destratando o Eric Steven e amarrando a cara pelo resto do dia!
— Então era com o Eric que você cabulou aula hoje? – eu alfinetei.
— Não cabulei aula! – ele disse com a voz irritadiça e as maçãs do rosto vermelhas. — Você está ficando louco agora?
— Foi você que começou com tudo isso!
— Tudo isso o quê, Sirius?
— Pensa que eu não sei... Você anda saindo demais com pessoas estranhas! – eu disse, começando a ficar alterado. O rosto inocente de Remus me fazia ficar mais irritado ainda. — Primeiro foram os corvinais. Bom, até ai tudo bem! Você é louco por estudos mesmo. Daí, além dos corvinais te cercarem na biblioteca, você fica tomando cafezinho com os lufos? Qual é a sua, Remus? – perguntei, empurrando-o de leve – Logo, logo, vai torcer pela Sonserina no quadribol e ficar amiguinho do Seboso? Tem agido muito estranho ultimamente e eu não estou gostando disso não.
Remus, a pimentinha ambulante. O rosto em chamas, os olhos crispando. Do jeito que eu gosto. Isso é pra ele ver como era bom. Ele abriu a boca pra falar alguma coisa, quando Pontas e Rabicho se juntaram a nós no dormitório. Um silêncio constrangedor se espalhou pelo quarto. Pontas deitou-se em sua cama e apanhou qualquer coisa pra ler.
— O que tá acontecendo? – Rabicho perguntou.
— Nada! – nós dois respondemos em um uníssono. Escutei a risadinha divertida de James atrás da revista.
— O que é tão engraçado, James? – perguntei — Fale logo, eu preciso me divertir um pouco.
Remus ainda estava de braços cruzados me comendo com os olhos. Fazia tempo que não via ele daquele jeito. Ele custava a ficar nervoso.
— Vocês dois... – ele disse, mantendo os olhos na revista – Parecem um casal de velhos discutindo. Dava pra escutar a sua voz do corredor, Almofadinhas.
Rabicho gargalhou e eu o empurrei da cama, nisso Remus saiu do dormitório.
— Pronto, agora ele foi embora e mal acabamos a conversa – retruquei.
— Do que tanto falavam? – Rabicho perguntou tirando o tênis. — Por que brigou com ele?
— Foi ele que começou – me defendi.
— Aham, sei... – Pontas resmungou – Quem passou o dia todo virado foi você, não ele.
— Eu estava comentando sobre o comportamento estranho de Aluado, foi quando vocês chegaram.
— Que comportamento? – Rabicho perguntou.
— Se socializando demais com os malditos lufos... – eu disse sentando na beira da cama.
Rabicho e Pontas morreram de dar risada. E não foi um surto qualquer de risos, porque as orelhas de Rabicho ficaram extremamente vermelhas e Pontas teve um ataque de tosse horrível. Eu não estava achando graça nenhuma naquela história.
— Qual é, Almofadinhas! – Rabicho disse, se recompondo.
— São lufos! – Pontas disse — Que mal eles fazem? E não me lembro de todos os dias o Aluado fazer as refeições fora da mesa da Grifinória. 'Cê tá com ciúmes?
— Não! – respondi rapidamente. Talvez estivesse com um pouco, talvez. Mas isso não era da conta deles. Não mesmo.
— Então alguém aqui deve desculpas pro Aluado... – completou Pontas.
— Desculpas por quê?
— Por acordar mal humorado e ficar enchendo o nosso saco durante o dia... – Rabicho respondeu me atirando o Mapa do Maroto. – Ninguém agüenta você deste jeito.
Lá estava Remus, indo em direção ao jardim. Larguei o mapa em cima da cama e fui correndo aos jardins. Talvez eu tivesse exagerado um pouco, talvez.
Remus estava deitado e apoiava os cotovelos na grama, olhando o céu primaveril. Fui me aproximando devagar, observando-o como se fosse a primeira vez.
— Eu sei que está ai...
Humpf. Nunca consegui passar desapercebido por ele. Sentei-me ao seu lado, sem saber por onde começar. Sou um completo idiota mesmo.
— Qual seu problema? Eu realmente queria entender tudo o que você me disse lá em cima. – ele disse bastante sério. Eu passei a mão pelos meus cabelos. Estava prestes a escutar um sermão daqueles e não estava nem um pouco afim. Não tinha explicação. Ele estava bastante sério, falando e falando. E eu fingindo escutar. Estava ficando muito bom nisso.
— Sirius, você não acha que está na hora de... – ele dizia, quando me aproximei mais – Não está na hora de você começar a se portar como...
Puxei Remus pela gravata e ele nunca chegou a terminar aquela frase. Nossos lábios se encaixaram perfeitamente, como se tivessem sido feitos um para o outro. Puxei mais a gravata, trazendo-o mais para mim, era ali nosso lugar. As mãos delicadas de Remus acariciaram meu rosto e meu cabelo. E nunca me senti tão completo e feliz. Aos poucos, fui deitando Remus na grama fresca.
— Não podemos fazer isso... – ele disse quando separamos nossos lábios. Eu me deitei ao seu lado e beijei o canto de sua boca.
— Por que não? – e rocei meu nariz com o dele.
— Porque isso é... Hmm... – ele tentou dizer, mas um gemido baixinho saiu de sua boca quando lhe beijei na curva do pescoço. Remus era tão cheiroso.
— Você cheira a baunilha...
— E você a pecado.
Remus passou seus dedos frios por entre os meus cabelos. Seu toque era delicado e terno. Olhei Remus nos olhos, me parecia muito feliz para quem estava cometendo um pecado. Beijei-o novamente, desta vez com mais intensidade. Eu poderia fazer aquilo pra sempre. Ele correspondia com volúpia, colocando as mãos por debaixo da minha camiseta e mordiscava meus lábios. Desci minha mão pelas pernas de Aluado, quando...
— Espere, espere... – ele disse, empurrando meu corpo para o lado. Ele se levantou rapidamente, limpando a grama das vestes. Peguei em sua mão, ainda meio atordoado.
— Qual problema? O que foi?
— É que está tarde e... – olhou para o castelo – Bem, se alguém nos pega aqui e... – ele puxou sua mão de volta, e resmungou um 'boa noite', sem ao menos olhar em meus olhos.
Me larguei na grama novamente me amaldiçoando. Eu e minha mão boba.
N/A: Guta, OBRIGADA pela betagem! Reviews são bem vindas!