A/N: Essa história é uma tradução da fic: "Every Other Midnight", escrita por Kathryn's NomDePlume. Eu tenho a autorização da autora para traduzir essa maravilhosa história. Não esqueçam de deixar um review depois de lerem.

Disclaimer: Eu não sou a J. K. Rowling…


A Cada Outra Meia-Noite

"Eu quero 16 polegadas sobre o princípio de feitiços defensivos não verbais. Depois que vocês entregarem, daqui a uma semana, nós vamos ter um exame prático. Vocês estão no sétimo ano, e eu não vou ser bonzinho com vocês, então, por favor, pratiquem e se preparem." Uma mistura de gemidos, suspiros assustados, e uma tagarelice excitada se formou, depois que o Professor Potter fez esse pronunciamento.

"As aulas da semana que vem," ele continua apressadamente, "caso vocês decidam aparecer, vão ser a preparação para o exame prático da próxima quinta-feira. A presença não é obrigatória, mas é recomendada. Entretanto, caso vocês decidam aparecer, vocês pode ver que escrever a redação antes, vai te ajudar muito com o treino. Entender a teoria para aperfeiçoar a prática. Eu devo lembrar vocês que esse tópico vale 20 pontos da sua pontuação final. Aqui tem um pergaminho, que vocês devem assinar", ele disse enquanto ele conjurou, magicamente, uma tabela de horários, na mesa na frente dele. "Se vocês quiserem aproveitar a oportunidade para praticar comigo, um a um, antes do exame, assinem o seu nome em um horário dessa tabela. Se vocês quiserem preencher mais do que uma, das sessões de 20 minutos, vocês podem fazer isso somente depois que todos os alunos da classe tiverem tido a oportunidade de colocar o seu nome. Por favor, façam uma fila ordenada… a aula está quase no fim, e eu quero sair daqui o mais rápido o possível."

Ele bate a pena dele, impacientemente, borrando um pergaminho na frente dele com manchas de tinta erráticas, enquanto todos os alunos se dirigem a mesa, e acrescentam o nome deles. Todos na aula avançada de Defesa Contra as Artes das Trevas levam o assunto a sério e, além disso, também levam a sério serem aprovados. Esse é o primeiro dos três exames práticos prometidos antes da Final, que vale 40 pontos. Cada um desses três exames práticos, e as redações que os acompanham, valem 20 pontos. Esse tipo de estatística demanda a atenção. O Professor não designa deveres trabalhosos, ou deveres pequenos, que valham apenas 1 ponto cada um. Ele quer que os seus alunos pesquisem os tópicos, e se aprofundassem nesses tópicos, o máximo que eles podem.

No momento em que o seu último aluno saiu, após assinar o nome dele por uma segunda vez, ele pega a sua bolsa, já com tudo arrumado nela, apanha a tabela de horários, e corre para fora da sala de aula. Ele recebeu o correio, entregue pela coruja, em torno de uma hora atrás, no meio da aula, e ele estava ansioso para ir até lá. O ritmo dele não diminui, enquanto ele caminha pelas portas do castelo, em direção da cabana que pertence ao Hagrid, o meio-gigante, o Guardião das Chaves e Terras de Hogwarts.

"Desculpa, Hagrid," diz o James, no momento em que ele entra na cabana, soltando a sua gravata, enquanto fala." Eu vim o mais rápido que eu pude."

"Não, está tudo bem. Eu estava aprontando as coisas." Ele levanta um balde do chão, cujo conteúdo o James não consegue ver, mas pode adivinhar o que seja. Ele percebe que, em cima da mesa, tem um bolo pela metade e um pacote aberto.

"Qual o motivo do bolo?"

"Celebrando. Eu o encontrei enquanto estava caminhando na floresta..."

"Você o deixou sozinho?" Pergunta o James, desacreditadamente.

"É claro que não." Hagrid diz, com astúcia, e então adiciona, "Alguém está lá com ele. Está pronto, Potter?"

"Sim. Quem está lá? Você tem certeza de que eles vão ficar bem, sozinhos na floresta?" Pergunta o James, colocando a sua camisa, recentemente removida, na mesa do Hagrid.

"Ela está bem. Eu não estou aqui faz muito tempo, e não é tão longe..." Ele diz, aparentando um pouco culpado. O James não pergunta novamente quem é. O Hagrid não respondeu, o que significa que, provavelmente, é uma aluna. Quando o James souber quem é o aluno, ele estaria mais preocupado com a tarefa, do que para reclamar com o Hagrid por colocar um dos seus pupilos em perigo.

O Hagrid simplesmente age assim, se um aluno mostra um interesse às criaturas mágicas, ele está mais do que interessado em mostrá-los, assim como ele fez com o James, quando ele mesmo era um aluno de Hogwarts, não faz muito tempo atrás. Mas, enquanto o Hagrid estava perfeitamente em casa na Floresta Proibida, bruxos e bruxas menores de idade não estão, e esse é um fato que o James gostaria que o Hagrid se lembrasse.

James aumenta a caminhada para uma corrida, somente para não ficar para trás dos passos decididos e longos do Hagrid. Quando o Hagrid quer cobrir o terreno, ele realmente cobre o terreno. Por sorte, James está em uma excelente forma física, tendo treinado na sua juventude para o Quadribol e, mesmo depois que ele deixou Hogwarts, em times locais… e, é claro que o treinamento para Auror ajudou também. Ainda bem que o Ministério estava procurando por um auror para posicionar na escola, porque ele acha que não poderia ter recusado o pedido do Dumbledore, pedindo que ele ensinasse em Hogwarts… na verdade, pensando bem, ele não acha que poderia recusar nada para o Dumbledore...

"Quase lá." Veio o sussurro do Hagrid, ou o que ele achou que era um sussurro. Pode ser considerado baixo, quando comparado com a usual voz estrondosa do Hagrid, mas mesmo assim, os sussurros do Hagrid se propagam para mais distante do que o tom de voz normal da maior parte das pessoas.

"Hagrid." Veio o tom suave de voz, de uma jovem mulher. "Hagrid, aqui, rápido." Ela diz suavemente, para não perturbar o lindo, porém machucado, infante no colo dela.

"Uau..." diz o James. Os unicórnios são raros, verdade, mas não são tão raros assim. Afinal de contas, o Olivander conseguiu encontrar vários para fazer as suas varinhas, mas mesmo assim, essa foi a primeira vez que o James viu um tão novo. Geralmente, eles são protegidos cautelosamente pelos seus pais… Usualmente, as pessoas só os vêem quando cresceram completamente.

"Aqui, você leva para ele. Eles preferem as mulheres, mas um de nós tem que ir, e eu acho que seria melhor você ir."

Sem dizer nenhuma palavra, James pega o balde de suprimentos do Hagrid, e caminha lentamente, e cuidadosamente, até onde a Lily Evans está aninhando a pobre criatura machucada, cantarolando em um tom confortante para ele. Ele retira uma esponja grande e imaculada, e entrega para ela, cuidadosamente. O bebê se assustou com o James, mas não tentou escapar do abraço confortante da Lily. Ela, gentilmente, limpa com a esponja uma parte do sangue precioso do unicórnio, que é mais puro e mais potente, do que o do unicórnio adulto. As próprias roupas dela estão ensopadas com o líquido prateado… Quando ela limpa o máximo que pode, ela devolve a esponja para ele.

"Aqui, Professor." Ele pega a esponja e, cuidadosamente, espreme o conteúdo em um recipiente, que foi trazido para esse objetivo. Ele entrega a esponja de volta para ela, e ela novamente repete o processo, limpando a ferida o melhor que ela pode, cantarolando de forma confortante o tempo todo.

Uma vez que o sangue foi completamente retirado, James murmura alguns feitiços curativos para ela utilizar. Ela continua cantarolando para o unicórnio, enquanto executa cada feitiço perfeitamente, com uma técnica não verbal igualmente impecável.

James estava grato que, de todos os alunos de Hogwarts que o Hagrid poderia ter envolvido nisso, ele envolveu a esperta, madura, competente, Monitora Chefe, Lily Evans.

"Então esse é o motivo pelo qual ela não estava na aula hoje." O James pensa para si mesmo. Ele não fez a chamada, mas quando você tem um cabelo ruivo chamativo, e senta na primeira fileira, no mesmo lugar, em todas as aulas, a sua ausência é bem visível.

"O que vai acontecer com ele, Hagrid? Nós não podemos deixá-lo sozinho..." Disse a Lily, como se fosse começar a chorar.

"Claro que não vamos deixá-lo sozinho. O pobre coitado não teria a mínima chance sem os pais dele."

"Você sabe com certeza que os pais dele estão mortos?" Pergunta o James.

"Eu os encontrei 10 minutos depois de que eu te mandei a coruja." responde o Hagrid. "Assassinados por bruxos, com certeza. Prendeu os dois como porcos, e os deixou sangrar até eventualmente morrerem..." O Hagrid funga tristemente.

"Isso… não é bom." Diz o James, infeliz com essa novidade. Um aluno, provavelmente, não seria capaz de alcançar um unicórnio, um professor jamais sonharia em fazer algo desse tipo, o que resta somente uma triste opção. Bruxos das trevas estão rondando a Floresta Proibida de Hogwarts.

A ascensão do Lorde das Trevas está sendo uma preocupação contínua, e em crescimento, para toda a comunidade mágica. Os pais de nascidos trouxas estão retirando os filhos deles da escola, assim como os pais dos não trouxas também estão. Ele ouviu que, até alguns poucos alunos perderam algum membro da família, assassinados por Comensais da Morte. Entretanto, a maior parte dos pais ainda acham que o lugar mais seguro para os seus filhos estarem é em Hogwarts, sobre a proteção do Dumbledore, e de sua poderosa equipe.

Mas, se a conclusão dele for correta, eles penetraram tão longe quanto a Floresta Proibida, uma distância, que ele tem certeza, que é muito próxima para o bem-estar de todos… É como se a Evans tivesse lido a mente dele.

"Você tem que contar para o Dumbledore, Hagrid. Ele tem que saber que bruxos das trevas estão vagando pela floresta..."

"Certo..."

"Quanto mais cedo melhor, eu acho." Ela adiciona.

"Eu concordo." James apóia. "Você quer ir, ou eu devo ir? Nós não podemos deixar a Evans sozinha."

"Certo, eu vou. Eu sou mais rápido."

"Será que nós devemos deslocar ele para outro lugar?" Pergunta a monitora chefe. Ela aparenta um pouco incômoda em persistir na floresta, quando ela sabe que inimigos malignos de nascidos trouxas estavam espreitando pela floresta.

"O cercado, atrás da minha casa, está vazio nesse momento. Eu deixei o meu último bichinho livre, a poucos dias atrás." Ele diz, aparentando infeliz sobre esse fato também...

"Nos encontre lá, então." Diz o James.

O Hagrid sai trotando. Como mencionado antes, quando o Hagrid quer se mover, ele se move bem rapidamente.

"Ok, pequenino, nós vamos nos levantar agora." Ela envolve o pequeno animal nos braços dela, e move as pernas dela, embaixo dela, para se levantar, o que é bem difícil fazer sem o auxílio das mãos, e com o peso extra.

Com cuidado, para não assustar o infante, ele pega o cotovelo da Lily, para deixá-la firme, e ajudá-la a se levantar.

"Obrigada, professor."

Ele acena de volta para ela. Um galho se quebra atrás deles, e ambos se assustam. Não tinha nada lá.

"Eu me sinto um pouco vulnerável, eu não posso usar a minha varinhas enquanto eu estou segurando ele..."

"Você está segura comigo, Senhorita Evans. Eu vou te proteger."

"Eu tenho confiança total em você, Professor, eu realmente tenho, mas eu ainda gostaria de ser capaz de me proteger. Com certeza você consegue entender isso..."

"Eu entendo." Mesmo se o Sirius estivesse aqui com ele, o protegendo, ele ainda se sentiria melhor tendo a sua própria varinha na sua mão.

Eles caminham de volta para a cabana do Hagrid, e a Lily se senta no meio do pequeno curral, que está infestado com ervas-daninhas e, Lily se surpreende em ver, girassóis, ou pelo menos aparentam serem girassóis. Você nunca sabe ao certo no mundo mágico…

"O que eu perdi na aula de hoje, Professor?" A Lily pergunta, uma vez sentada confortavelmente.

"Fizemos uma revisão dos feitiços de defesa não verbais. Você tem uma redação de 16 polegadas para entregar na próxima quinta, assim como um exame prático."

"Tem algum dever que devo entregar antes, então?"

"Não, nessa semana têm práticas um a um, comigo. Todo mundo assinou por horários no final da aula. Mas não parece que você precisa praticar. O nível dos seus feitiços na floresta foram esplêndidos, Senhorita Evans."

"Aquilo foi feitiço de cura, completamente diferente dos de defesa. É mais fácil concentrar em fazer feitiços não verbais, quando você não está preocupado com os feitiços que está recebendo. Eu costumo entrar em pânico. Será que eu posso assinar em um horário para praticar?"

"Deixe-me pegar a tabela de horários." Responde o James. Ele pega a sua bolsa, que ele havia jogado informalmente no chão, do lado de fora, e retorna para a Srta. Evans. As suas sobrancelhas se franzem, enquanto ele inspeciona o pergaminho.

"O que há de errado?"

"Parece que já foi preenchido completamente."

"Você não fez espaço o suficiente para todos?"

"Não, algumas pessoas assinaram mais do que uma vez. É um conceito difícil, e algumas pessoas queriam toda a ajuda extra que pudessem conseguir."

"Eu não os culpo." A Lily fala, de cara feia. "É isso o que eu recebo por matar a aula, eu suponho. E eu também sou Monitora Chefe..." Ela continua, rindo um pouco. "Eu estava caminhando com o Hagrid quando nós o encontramos… e eu não podia deixá-lo sozinho, eu simplesmente não podia..." Ela explica, abraçando o bebê unicórnio para mais próximo a ela, acariciando as costas dele.

"Bem, se você realmente acha que precisa de uma ajuda extra, nós podemos marcar um horário de tarde, depois da aula."

"Você não se importaria?"

"Eu jamais negaria essa oportunidade a um estudante que quer melhorar."

"Obrigada, Professor."

"Você está livre hoje, depois do jantar? Nós poderíamos praticar na sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas."

"Eu tenho detenção."

"Você tem detenção?"

"Eu fui pega colocando uma bomba de bosta no arquivo de detenções do Filch… depois que eu editei alguns dos registros dele..."

James olha para ela, desacreditadamente, e ela começa a rir, a risada dela é tão musical e prazerosa de ouvir, assim como as cantorias dela.

"Eu estou brincando, Professor."

"Ah. É claro, você jamais teria uma detenção."

"É claro que não. Porque eu nunca iria… ser pega. Eu percebi que você foi bem maroto nos seus dias, Professor." Ela sorri de forma travessa, e o James está confuso, mais uma vez. "E obrigada, eu vou aceitar a sua oferta da ajuda extra nessa noite."

James decide não continuar no assunto das peças da Lily, mas ele fez um aviso mental de perguntar para o Filch sobre esses arquivos.

O Hagrid retorna, poucos momentos depois, acompanhado do Professor Dumbledore.

Ambos são pegos de surpresa, e a Lily e o James dizem, ao mesmo tempo, e no mesmo tom surpreso, "Boa tarde, Professor Dumbledore."

Isso causa uma faísca nos olhos do Dumbledore, atrás dos seus óculos de meia-lua.

"Boa tarde, Senhorita Evans, Professor Potter. É um prazer ver vocês dois."

"O prazer é todo meu, Professor." Diz a Lily, acenando para o Dumbledore, incapaz de se levantar por causa do pequeno animal no colo dela.

"Então, você pensou em um nome para ele, Senhorita Evans?"

"Ah… não, eu… não pensei."

"Por que você não pensa em um nome, enquanto o Hagrid, o Professor Potter, e eu, bebemos algo. Você não se incomoda, certo, Srta. Evans?"

"Claro que não, Professor." Ela sorri, sinceramente. "Por favor, divirtam-se."

"Eu vou pegar, Professor Dumbledore." Oferece o Hagrid de maneira entusiasmada. Ele entra, e volta um pouco mais tarde com três canecas enormes, contendo porções, igualmente enormes, de conhaque, aparentemente, e uma grande mamadeira. Hagrid entrega as canecas para o James e o Dumbledore, e o James aparenta estar um pouco amedrontado pelo tamanho da porção, mas o Dumbledore não aparenta estar nenhum pouco preocupado. A mamadeira foi entregue a Lily, que começa a alimentar o jovem animal, imediatamente.

"E então, já escolheu o nome, Srta. Evans?" O Dumbledore pergunta educadamente.

"Eu pensei em talvez, Mercúrio." Ela responde, insegura e um pouco envergonhada.

"Uma escolha excelente." Diz o Dumbledore. "Para o Mercúrio."

Eles todos levantam as suas canecas, e brindam ao pequeno unicórnio.

"Mercúrio. Um bom nome. Tem alguma razão astrológica para isso?" Pergunta o Hagrid.

"Ou talvez você seja fã de mitologia grega?" Indaga o James.

"Na verdade, foi o sangue dele. Me lembra de mercúrio líquido." Ela responde.

O Dumbledore aparenta ser o único que entendeu. Tanto o Hagrid, quanto o James, parecem estar confusos. Lily é uma nascida trouxa, e teve uma educação não mágica. O Hagrid e o James, obviamente, nunca estudaram Ciências, e o Dumbledore, a Lily assume, sabe de tudo, seja mágico ou não.

"Mercúrio, o elemento." Ela explica. "Se expande quando a temperatura aumenta, então os trouxas pegam pequenas quantidades dele, colocam em pequenos tubos de vidro para usarem como termômetros. TER-MÔ-ME-TRO." Ela diz, cuidadosamente.

"Ter-mô-me-tro." Repetem o Hagrid e o James.

"Sim."

"O que os termômetros fazem?" Pergunta o James.

"Eles medem a temperatura. Os trouxas os utilizam para dizer quando eles estão com febre. Se você tem febre, o mercúrio no termômetro expande, e você pode determinar a sua temperatura, pelo o quanto ele se expandiu. Você também pode determinar a temperatura exterior, ou a temperatura de qualquer coisa."

"Fascinante." Diz o James.

"Sim, os trouxas ultrapassam os bruxos de muitas maneiras..." Diz o Dumbledore, amigavelmente, bebendo com alegria da sua enorme caneca.

Querendo acompanhar o Dumbledore (ou o Hagrid), James toma outro gole da sua bebida.

O Mercúrio começa a tossir partes da fórmula que a Lily estava alimentando ele.

"Ele está bem?" Pergunta o James.

"Está bem, só exagerou um pouco. Não foi? Foi sim, você exagerou. Coma com calma, Mercúrio, você não precisa ter pressa." Ela começa a cantar. Quando ela termina a pequena canção de ninar, o Dumbledore aplaude, e o Hagrid se junta a ele, com um ou dois aplausos, mas as mãos enormes dele fazem muito barulho para o pequenino, então ele pára. James toma mais um gole.

"Você tem uma voz encantadora, Srta. Evans." Comenta o Dumbledore, mas não como se ele estivesse elogiando a Lily, e simplesmente apontando o fato.

"Sim, você tem." Adiciona o Hagrid. James também concorda, mas não vê motivos para dizer algo que já foi dito duas vezes.

A Evans fica completamente vermelha. "Aonde ele vai ficar, Hagrid? Ele vai ficar seguro aqui? Pelo o que o Professor Flipperby diz..."

"Eu acho que ele vai ficar bem, contanto que nós coloquemos alguns feitiços protetores apropriados em torno dessa área." Sugere o Professor Potter.

"E… eu posso vir visitá-lo, Hagrid?"

"Você vai ter que vir. Eu duvido que ele vai deixar alguém, além de você, alimentá-lo, Lily."

Esse aviso tanto agradou, quanto entristeceu a Lily.

"Então, café-da-manhã, almoço e jantar?" Pergunta ela, de modo incerto.

"Claro!" Diz o Hagrid.

A Lily achou que isso iria limitar o próprio horário da alimentação dela, mas precisava ser feito. Isso é somente mais uma coisa para adicionar à lista de responsabilidades dela. Mas ela é perfeitamente capaz de fazer isso. Existe uma razão pela qual ela é Monitora Chefe.

"Cada amanhecer, anoitecer, e meia-noite."

"O quê?" Dizem juntos, Lily e James, pela segunda vez nessa tarde.

"É quando eles comem." O Hagrid explica.

Lily olha para o céu. Realmente, era o anoitecer. Ela suspira. Parece que isso também vai interromper o horário de dormir dela. Mas, pelo menos, não vai interferir com as patrulhas dela, ou os deveres de monitora chefe, que realmente acontecem depois do jantar, começando as 20h. O anoitecer nessa época do ano é mais cedo, em torno de 18h-19h, na hora do jantar. A mesma coisa com o amanhecer, só que coincide com o café-da-manhã… A Lily se indaga quando que ela vai ter tempo para comer.

"Tudo bem." Ela diz, agradavelmente.

"Hagrid, com certeza a Srta. Evans não pode ficar vagando pelos terrenos nesses horários, principalmente no meio da noite, e especialmente desde que … bem… por que você acha que o Mercúrio ficou órfão, para começo de conversa? Não é seguro para um aluno ficar fora nesses horários, sozinho." Diz o James, com determinação.

"A Srta. Evans não vai estar sozinha." Intervém o Dumbledore. "Você e o Hagrid podem escoltá-la em turnos."

"Professor, com certeza a cada amanhecer e anoitecer eu vou estar bem sozinha."

"Não próximo a floresta, esse é o horário em que a maior parte dos predadores caçam." O Hagrid disse, não de forma preventiva, e sim, com excitamento.

"Verdade." Dumbledore concordou. "Então a próxima alimentação vai ser hoje a noite, a meia-noite. Professor, você poderia buscar a Srta. Evans do aposento de monitora chefe dela… você não está patrulhando essa noite, está?"

"Não, senhor."

"Sim, então você vai buscar a Srta. Evans no dormitório dela. Eu acredito que você se lembra aonde fica, e amanhã ao amanhecer, Hagrid, você pode encontrá-la nas portas do castelo, e então vai ser a vez do Professor Potter naquele anoitecer, e então Hagrid a meia-noite. O Hagrid disse que vai levar em torno de um mês para ele ficar crescido o suficiente… Estão todos satisfeitos assim?"

"Sim, Professor Dumbledore." Responderam Lily, James e Hagrid.

"Muito bem. Agora que nós resolvemos esse assunto, nós podemos mover para o tópico pelo o qual eu vim até aqui para discutir..." A voz dele fica mais séria, e o seu rosto mais solene.

"Um, eu deveria… ir?" Pergunta a Lily. Não tendo certeza se ela deveria ser uma parte dessa importante conversa entre os três homens.

"Você é Monitora Chefe, Srta. Evans, e é parte dos seus deveres ajudar a proteger os seus colegas. Você pode ficar."

"O que nós vamos fazer, Professor? Informar os pais dos alunos?" Pergunta o James.

"Você acha que isso é prudente, Professor Potter?"

"Eu acho que os pais deles tem o direito de saber que bruxos das trevas estão rondando os terrenos de Hogwarts..."

"E você, Srta. Evans, o que você acha?"

"Com todo o respeito ao Professor Potter, eu não acho que nós deveríamos contar, não ainda. Se eles vieram somente para conseguir o sangue do unicórnio, por alguma razão maligna, e não para machucar os alunos de Hogwarts, eu não vejo razões para deixarmos os pais deles alarmados, e deixá-los ainda mais assustados do que eles já estão, especialmente se o medo for sem fundamento. Nós ainda não sabemos se eles pretendem causar algum dano em Hogwarts… e eu… eu não gostaria de colocar os meus pais nisso… os pais podem retirar os filhos de Hogwarts, o que poderia ser contraproducente. Hogwarts é o lugar mais seguro para se estar, certo? Com o Professor Dumbledore, e pessoas como o Professor Potter e o Hagrid… os pais podem arrancá-los de um refúgio seguro, e colocá-los em uma posição mais perigosa. Eu quero dizer, seriam os mestiços, e os nascidos trouxas, que ficariam tentados a ir embora, certo? E eles são os que estariam mais em risco nas suas próprias casas, tendo somente um, ou nenhum, pai mágico para protegê-los. Eu acho que contar para eles agora seria… prematuro." Ela termina, finalmente. "Desculpa, Professor." Ela adiciona como uma reflexão tardia.

"Não, você fez um bom argumento." Potter disse.

"Eu estou tentado a concordar com a Srta. Evans, entretanto, eu vou fazer uma reunião com os diretores das casa, e obter mais opiniões."

"Mas, no final, a decisão é sua, Professor Dumbledore." Diz Hagrid, lealmente. "Todo mundo confia no seu julgamento."

"Obrigado, Hagrid, pelo seu voto de confiança. Mas todos devemos nos lembrar que devemos pensar por nós mesmos, e que está tudo bem em questionar a autoridade. Ninguém é infalível..."

"Mas eu acho que o Dumbledore está muito próximo de ser." A Lily sussurra para o James.

Dumbledore sorri para ela, e ela não tem certeza se ele a ouviu ou não, mas ela também não se importa. Ela admira o Dumbledore mais do que qualquer outro bruxo, e não tem vergonha em admitir isso. Ela retira a varinha dela, de modo desastrado, de dentro do seu uniforme, e transfigura as ervas-daninhas em um lindo colchão de palha, e coloca o Mercúrio lá. Ela deita no feno atrás dele, e o acaricia até que ele durma. Ela não se move depois que ele dorme, somente deita de barriga para cima, e olha para as estrelas, que estão começando a aparecer no céu. Ela calcula as constelações, e sorri para si mesma, sabendo que ela não precisa mais assistir as aulas de astronomia, e, portanto, não é obrigada a fazer mais nada com as estrelas, a não ser olhar para elas.

A conversa mudou para tópicos mais leves, e mais felizes, tais como os dias que o James estava em Hogwarts. A Lily não participa da conversa, mas ouve com satisfação, enquanto faz algumas predições com as estrelas.

Lily não acredita muito em adivinhação; é mais um pequeno passatempo dela, como ler o horóscopo em revistas trouxas. Eles são divertidos de ler, e interessantes quando se tornam verdade, mas não devem ser levados a sério.

"Eu posso ter quebrado uma regra ou duas, na minha época, mas eu acabei me dando bem." James diz, em uma defesa artificial, a uma comentário engraçado que o Hagrid fez. Lily achava que o James era bem orgulhoso do seu recorde. Ele teve mais detenções do que qualquer outro aluno na história de Hogwarts. Ele tinha uma gaveta inteira para ele, o seu amigo Sirius Black e, ocasionalmente o Remus Lupin também aparecia lá.

"Eu não conheço ninguém que tenha pregado mais peças, do que o seu grupo." Hagrid diz, se lembrando.

"Aparentemente, nós não tivemos nenhum pregador de peças sério desde que você saiu, embora o Sr. Filch reclamou que alguém colocou bombas de bosta no seu arquivo, somente para chamar a atenção de que todos os arquivos das detenções tinham sido alterados. Em vez de dizerem o que o aluno fez, e que castigo receberam, eles deram nota para cada caso. As pessoas que estivam fora dos dormitórios, depois do horário de recolher, receberam 3 por criatividade, mais 6 por ousadia. Casai encontrados em armários de vassouras receberam 1 por conceito, mais 8 por "fator de divertimento"… bem divertido. Não somente isso, mas o feitiço foi muito bem feito. Cada vez que alguém retirava um arquivo, ele cantava o nome e a pontuação. Nós não conseguimos encontrar um jeito de reverter o feitiço, e colocar os arquivos do jeito que eram antes… Eu acredito que você tem a maior média de pontuação, Professor Potter." Dumbledore disse para o James, que batalha a vontade de olhar para a Lily, e a vontade para rir, mas não consegue.

"Eu estou honrado." Ele diz em um tom de voz, que ele espera que fosse como se ele não estivesse dizendo isso para ninguém em particular.

"Como você puniria o aluno que fez isso, Professor Potter?" Pergunta o Dumbledore.

"Como você puniria?"

"Ah, eu deixaria o diretor da casa dele, ou dela, decidir."

"Eu acho que eu faria o mesmo."

"E se você fosse o diretor da casa?"

"Eu… iria… fazer eles… escreverem linhas?" Era mais uma pergunta do que uma resposta. Ele se sentiu como se o Dumbledore estivesse testando ele, e embora no coração dele, ele amava uma boa peça, ele sabe que tem que ser um Professor responsável… deixá-los escrever algumas linhas parece ser uma punição justa.

"E quais seriam essas linhas?"

"Bombas de bosta são o máximo." Disse o James, antes de poder se conter. Lily bufou com a risada, e o Dumbledore lhe deu um olhar de desaprovação, mas não completamente sincero. "Mas é claro que eu estava brincando, Professor; você sabe o quanto eu odeio as bombas de bosta..." Ele diz, sarcasticamente. "Eu faria com que o aluno me ajudasse com a preparação dos meus experimentos para as aula de Defesa Contra as Artes das Trevas."

"E por que você faria isso?"

"Bem, da forma que eu vejo, esses brincalhões somente fazem essas peças porque eles são pessoas inteligentes, porém sem um escape suficiente para a aptidão mágica criativa deles. Eu consigo um assistente para me ajudar a preparar as aulas, e eles podem fazer algo produtivo, melhor do que escrever algumas linhas, ou limpar caldeirões. Eu acho que isso poderia ensiná-los como utilizar a sua criatividade mágica em maneiras mais úteis. Eu sei como é ser talentoso magicamente, e querer se mostrar um pouco."

A Lily permanece observando decididamente as estrelas, acariciando destraidamente o Mercúrio. Seria muito divertido ajudar com a preparação das aulas de DCAT… Ela tem curiosidade em saber se o Professor Potter daria essa detenção para ela, já que ele já sabe que ela é a pregadora de peças em questão.

"Você tem um entendimento excelente dos alunos, Professor. Foi por isso que eu te contratei. Por isso, e é claro, porque você é um bruxo com um talento muito especial."

"Nossa, obrigado, Professor."

De alguma maneira, o Dumbledore conseguiu terminar a sua bebida antes do James, até mesmo antes do Hagrid, terminarem. Quando ele se levantou, a Lily também se levanta. "Você se incomodaria se eu fosse contigo, professor? Eu tenho planos para essa noite, e eu acho que eu deveria, provavelmente, me lavar desse sangue todo, em primeiro lugar."

"Mas uma decisão sábia, Srta. Evans."

Ela e o Professor Dumbledore retornam ao castelo, deixando o James e o Hagrid para terminarem a bebida deles, no cercado do Mercúrio.

"A Lily realmente é a melhor bruxa do ano dela." Diz Hagrid.

"Ela obteve mais NOMs que qualquer um." James continua. A mesma quantidade que ele obteve quando tinha a idade dela...

"Não somente por isso, mas ela é tão boa com todo mundo. Tão disposta a ajudar, a qualquer momento. Ela vem e caminha comigo todos os dias, me ajuda a alimentar os meus bichinhos… Nós podemos nos relacionar um com o outro."

James se contém de perguntar sobre esses bichinhos.

"Provavelmente foi por esse motivo que o Dumbledore a escolheu para Monitora Chefe. O que você quer dizer, você se relacionam um com o outro?"

"Eu fiquei um pouco surpreso, realmente, quando o Professor Dumbledore a tornou Monitora Chefe, afinal das contas, eu achei que ele daria a posição para outra pessoa, depois que os pais dela morreram no quinto ano dela."

"Eles morreram?" O James nunca soube disso.

"Sim, assassinados pelos seguidores de você-sabe-quem. Ela conseguiu salvar a irmã dela, utilizando magia, e ela era menor de idade. Aparição em conjunto, direito para Hogsmeade, e ela foi direto para o Dumbledore… Garota forte, muito corajosa. Uma órfã, assim como eu. É por esse motivo que nós nos relacionamos um com o outro, isso e o nosso amor pelos animais..."

"Eu não fazia idéia..." James diz, espantado.

"Não, eu esperava que não. Ela não fala muito sobre isso. Não quer residir no passado, mas eu sei que ela ainda está triste com isso, especialmente desde que a irmã dela a deixou. Ela culpou a Lily pela morte dos pais, e a excluiu da vida dela. Ela perdeu os pais e a irmã ao mesmo tempo."

"Para onde ela vai durante as férias?"

"Ela fica em Hogwarts para o Natal e a Páscoa. Trabalhou no Caldeirão Furado nesses dois últimos verões, ficando em um dos quartos de lá. Ela veio me visitar aqui em Hogwarts quase todos os fins-de-semana…" Ele funga, e o James vê uma lágrima escorrer pela bochecha dele. "A Lily tem sido muito boa para mim."

"Eu não sabia que você e a Lily eram tão próximos." James percebe que essa foi a primeira vez que ele usou o nome dela, e percebe que é um belo nome.

"É, ela tem vindo me ver, desde que ela estava no primeiro ano. Você estava no sétimo ano, então."

"Eu estou surpreso que nós dois nunca nos encontramos. Eu estava na sua casa o tempo todo no sétimo ano, me escondendo dos meus inimigos, ou das ex-namoradas, e outras coisas."

"Ela sempre saía pela porta dos fundos, sempre que você aparecia. Eu dizia para ela ficar, mas ela dizia que teria muito pouco assunto que um aluno do sétimo ano gostaria de discutir com uma aluna do primeiro ano, e ela sempre ia embora."

"Humm…" James diz, acenando com a cabeça. A cabeça dele… parecia… instável, zonza, um pouco mais leve, levemente… solta. Estranho, ele pensou, mas então olha para a sua caneca vazia. Quanto conhaque ele bebeu? "Bom Hagrid, Lily e eu retornaremos a meia noite, se você for dormir, então deixe a mamadeira do lado de fora da porta dos fundos."

"Certo, certo." Ele disse, ainda esfregando as lágrimas dos olhos.

"Calma, Hagrid." James disse, dando um tapinha no ombro dele.

"Eu só quero que ela seja feliz..." disse Hagrid. "Ela está sempre tão sozinha."

"Ela tem você, Hagrid. E ela tem muitos amigos, ela fica cercada de admiradores o tempo todo! Ela está sempre sorrindo." James disse, tentando confortar o pobre meio gigante.

"Mas ela não tem mais ninguém que a ame… ela não tem uma família… tão jovem e tão sozinha… que nem o pequeno Mercúrio…" Ele cai em uma nova convulsão de lágrimas histéricas. "Ela chorou uma noite, depois que os pais dela morreram, quando ela estava aqui comigo. Disse que eu era o único que se importava com ela agora… e… e…"

"Hagrid, pára. Ela vai ficar bem. Ela é uma garota forte, ela vai passar por isso."

"Eu sei, mas vê-la tentar tão forte, sendo tão corajosa, é somente tão bonito, e triste…" Ele assoa o nariz, mas felizmente as lágrimas pararam. Com o risco de fazer as lágrimas escorrerem novamente, James diz, "Ela tem muita sorte de ter amigos como você, Hagrid."

"E o Mercúrio tem muita sorte de ter uma mãe como ela…"

James deixa a casa do Hagrid, tropeçando um pouco enquanto caminha de volta para o castelo. Ele queria colocar alguma comida no seu estômago, para diminuir o efeito do álcool, mas o jantar já teria acabado agora. Ele estava alcançando a pêra para fazer cócegas, para entrar na cozinha, quando ele se lembra que ele deveria fazer a aula extra com a Lily essa noite, então ele vira, e acelera na direção oposta.

Por estar correndo um pouco mais rápido do que ele deveria (e ninguém deveria correr nos corredores), e por estar um pouco intoxicado, ele tropeça e cai, ralando o seu queixo, e a palma das mãos, quando estava tentando subir uma das escadas.

"Malditas escadas móveis." Ele diz, sem ter noção de que é a sua cabeça que está girando, e não a escada.


A/N: E então, gostaram? Devo continuar?

PS: Tem um link para a canção que a Lily canta para o Mercúrio no meu perfil, caso desejam ouvir dêem uma olhada. Está na versão original em Welsh, ainda estou a procura da versão em inglês, e quando encontrar aviso vocês.