Fic: When the World Falls Down

Plot: A vida de Rosalie não era tão perfeita quanto parecia aos olhos de Bella. Quando ela descobre a realidade seria tarde demais para ajudar Rose e Edward? U.A. RosexEmmet, AlicexJasper, BellsxEdward.

"I will not kiss you, 'cause the hardest part of this is leaving you."

"Eu não vou te beijar, porque a parte mais difícil disso é deixar você."

'Cancer'

Song by: My Chemical Romance.

11. Capítulo 5b – If I Die Young… Send Me Away with the Words of a Love Song.

EU PASSEI MAIS DE QUATRO SEMANAS INTERNADA.

Bella me visitou praticamente todos os dias, eu estava fraca no começo, mas fui voltando a ganhar forças e quando soube que haviam encontrado um doador de medula, passei a sentir-me melhor ainda.

Mesmo assim havia uma parte minha que insistia em me lembrar que podia não dar certo o transplante, que eu poderia precisar repeti-lo diversas vezes e que eu poderia morrer agonizando naquele local. De qualquer forma, resolvi me submeter ao processo, teria de ficar semanas internada só destruindo a defesa do meu corpo, para que, só então eu pudesse fazer o transplante.


Nas duas primeiras semanas achei que enlouqueceria naquele lugar. Mas eu recebia visitas e na verdade acabei encontrando um tempo pra penar que eu realmente precisava.

Não havia um dia que minha mãe, Edward ou Emmett deixassem de me visitar, mas por causa da briga com seu pai, Bella aparecia com menos freqüência. Sem contar que ela também tinha de estudar, sempre fora uma aluna de boas notas e não podia simplesmente largar a escola por minha causa. Tinha ainda Alice, que embora agora estivesse melhor, recebia visitas periódicas dela também.

Eu havia deixado de me preocupar em afastar as pessoas. Coloquei de lado todas as minhas tentativas de fazer essas pessoas voltarem a viver suas vidas normais sem mim. Resolvi que eu não queria isso de verdade, e se elas continuavam lá após tanta insistência de minha parte para que partissem, deveriam estar lá porque queriam. E eu também queria. Então assim estava bom.

Deitada na maca - sabendo que qualquer contato com o mundo externo poderia me causar uma doença que meu corpo debilitado não poderia derrotar - reparei que estava encarando um momento extraordinário.

Eu sempre havia me considerado alguém extraordinária.

Merecedora do extraordinário e detentora do direito de esnobar o ordinário.

Por isso não havia persistido na minha amizade com Vera, por isso me recusei a perdoar Bella. Eu havia passado a acreditar, em algum ponto da minha miserável vida, que eu era destinada a coisas maiores. Que eu não morreria nesta cidade sem antes ter uma linda aventura que todos, ou pelo menos algumas gerações da minha família, pudessem se lembrar por algum tempo.

Talvez por vaidade, por acreditar demais na minha beleza, por me achar invencível eu tivesse criado tanta fé nessa crença de que o extraordinário estava vindo até mim.

Hoje sei que você não pode apenas sentar lá num canto e esperar pelo extraordinário. Você tem que correr atrás, se não, pode ser que a única coisa extraordinária na sua vida, seja sua morte brutal, dolorosa e gradual; Talvez possa ser a morte o único ato ímpar da sua vida e ninguém gosta disso, ninguém quer ver isso acontecer.

Eu deveria ter me esforçado mais para ser a pessoa extraordinariamente predestinada que eu acreditava ser.


Depois do tempo para detonar minha resistência, eu finalmente fui submetida ao transplante que aparentemente ocorrera bem. Ainda tinha de ficar deitada lá da mesma forma, esse era o problema.

-Rosalie? – era Edward entrando com Bella novamente, eu realmente adorava quando aparecia alguém pra eu conversar. Com minha mãe trabalhando pra repor a falta do dinheiro de meu pai em casa, eu dependia da visita de Edward, Bella e Emmett que tinham de conciliar eu e a escola em sua agenda.

-Ai, que bom que chegaram, Emmett estava tão calado hoje, que não estava me servindo pra nada – brinquei mesmo vendo a careta dele.

-Viemos para te tirar daqui! – Bella estava com um sorriso vívido no rosto.

-Como assim?

-Sue disse que não há muito que possam fazer por você neste momento, que suas defesas estão reagindo bem e que você deveria deixar o hospital por algum tempo antes de voltar para a bateria de exames da semana que vem – Ela parecia mais animada falando aquelas palavras do que eu ao ouvi-las.

-Por isso vamos te levar pra passear – Edward sorriu para mim envolvendo a cintura de Bella com seu braço.

Emmett apenas sorria muito, radiante, sem descolar os olhos de mim.

-Você nunca foi à praia, certo? – ela me perguntou e eu imediatamente me animei.

Era verdade eu não conhecia os 'verdejantes mares bravios'. Minha vida toda passei na cidade, as viagens que fazíamos envolvia outros países, eu avistava de longe uma vastidão azul-esverdeada, mas jamais conhecera uma praia.

-Vamos, Rose – Emmett, com suas mãos grandes puxou a minha miúda e eu sorri.

Entramos no carro, passamos em minha casa e minhas malas já estavam feitas. Caímos na estrada.

Duas horas depois estávamos chegando, eu via desde longe os coqueiros balançando com um vento que parecia frio. Estava feliz, na verdade, de estar confortavelmente aquecida no carro.

-Ei Emmett, que praia é essa? – eu o cutuquei e ele não soube responder.

-Bem – quem falou foi Bella – Eu não tenho certeza, meu pai, quando ainda estava casado com minha mãe, costumava me trazer aqui, sentávamos em um dos vários troncos de árvores que estão espalhados pela praia.

-É muito bonita, mas parece estar tão frio lá fora!

-Realmente, me desculpe Rosie! Achei que o tempo fosse estar melhor pra uma praia – ela parecia realmente sentir muito e me senti mal.

-Imagine, você está me fazendo um favor, não posso reclamar! Olha! O mar! – eu me exaltei e grudei meu rosto ao vidro, tudo aquilo era lindo.

O verde da água era esplêndido, eu via as ondas quebrando em algumas rochas mais a frente e outras chegando bem pequenas na areia. Antes aquela imagem só existia em minha mente graças a filmes.

Talvez fosse de se assustar que uma jovem da minha idade nunca tivesse ido à praia, mas aos quatorze anos, quando minha família começou a se dar melhor nos negócios e começamos a viajar, fiz meus pais me prometessem que só iríamos à praia se fosse de carro e fosse algo especial. E é claro que não tivemos o tempo.

Eu estava num carro e era muito especial.

-E então Rose, o que achou? – Edward me perguntou olhando pra trás do banco da carona.

-É realmente muito bonito, acho que vou chorar, estou toda arrepiada! – mostrei para eles.

Demos risadas e paramos o carro a beira da estrada e saímos agasalhados, pegamos algumas toalhas e nos dirigimos até a areia. Eu senti os grânulos entrando no meu chinelo e invadindo as divisões dos dedos, era uma sensação muito boa.

-Vocês são maravilhosos. Muito mais do que eu mereço!

Emmett meio cabisbaixo pegou minha mão e me arrastou para um pouco mais longe, fomos até um dos troncos de que Bella falara. Curiosa eu olhava para checar meu irmão e ela, mas eles não pareciam nem conversar, estavam sentados na areia com as mãos entrelaçadas, admirando a linha do horizonte. Depois de um tempo de casais nos reunimos todos.

Corremos um pouco pela praia, brincando e rindo. Nos divertimos rindo da cara do Edward – um dos meus passatempos favoritos -, mas no final, eu sabia que aquele dia não duraria para sempre e meus pensamentos foram levado de volta para o lugar escuro onde acostumado a se alojar havia um tempo.

Emmett...

Eu ainda me preocupava muito com ele. Talvez eu estivesse me supervalorizando novamente, mas ele mesmo já me dissera o quanto eu lhe era importante. Será que se o transplante não desse certo, e algo em acontecesse, ele ficaria bem?

A aparência forte era só isso mesmo, eu havia descoberto recentemente. Frágil e humano por dentro, Emm precisava sempre de alguém. E se ele não encontrasse outro alguém ou esse outro alguém não o encontrasse? Sentia agora que eu não era a alma-gêmea do Emmett - esta ainda estava por vir e o faria muito mais feliz do que eu jamais pude -, porque se eu o fosse, ele ficaria sem seu par o resto da vida. Deus não poderia ser assim tão cruel.

-Ei, Rose? – Edward me chacoalhou – Está tudo bem?

-Ai, só em distraí um pouco, vocês se preocupam demais...

Fui obrigada a fingir estar prestando atenção nas conversas banais. Fingir que meu desespero não estava tomando conta de mim novamente.

-Vamos nadar? – Emmett sugeriu brincalhão.

-Você está louco? – Bella surtou em resposta – Estou congelando só de olhar para aquela água!

-Nós vamos, não é, Ed? – Emmett não deixou tempo para Edward responder, recusar ou, até mesmo, reagir, o puxou com força para a direção do mar.

Eu e Bella rimos vertiginosamente, mas de repente nos vimos sérias e nos encarando.

-E como vai o namoro com o meu irmão, hein? – eu falei bem simpática.

-Ótimo, eu acho. Edward é tão bonzinho! Acho que eu o amo de verdade – eu a desarmei com tal pergunta.

-Aquilo que a "rancorosa eu" falou antes? Esquece. Vocês combinam até demais.

-Até parece! É só olhar e ver que não temos nada a ver – seu olhar foi ao chão, meio como desolado.

-Bella, você não tem confiança nenhuma em você! Não sabe como é bonita! Vocês causam impacto por serem lindos juntos e não contrastantes, ou algo que o valha. Causam até inveja! – ela reagiu diferente a essa palavra. Como se estivesse acostumada em ser a que inveja ao invés da invejada, eu conhecia tal sensação – E tem mais: em personalidade vocês estão na mais perfeita sincronia! São muito meigos.

-Ima... Imagine... – ela estava completamente constrangida pelo meu elogio.

-Mas eaí, conte os detalhes íntimos! É o que mais me interessa agora! – ela petrificou vermelha – Ah, entendi!

Eu ri e ela ficou extremamente sem graça.

-Rose, o Edward já... bem... ele já transou com alguém antes? – a voz dela quase não saiu.

-Uhm, pergunta difícil... Eu não tenho certeza, na verdade. Ele não era muito de se abrir comigo antes. Sempre foi muito reservado até comigo. Mas não sei, ele já teve outra namorada antes, então, talvez. Mas não se preocupe com isso, Bella, a última coisa que ele vai fazer é te pressionar.

-É, eu sei. Mas... – ela me olhou com uma feição que eu não demorei muito para sacar.

-Ele não é o Emmett, Bella, e você não sou eu – lhe disse com firmeza – O quê Emmett fez não tem explicação, mas eu sei que ele se arrepende de verdade e eu o amo. Posso até ser boba de continuar com ele, mas eu escolhi assim. E ele não me deu jamais outra razão para duvidar da minha decisão. Edward por outro lado nunca... bem, acredito que essa seja uma palavra muito forte, mais fácil dizer que é mais provável que você faça algo que machuque o Edward, mesmo que sem intenção, do que ele te magoar de qualquer maneira que seja. Se bem que ele é humano, então há uma chance de, inconscientemente, ele, sem querer...

-Já entendi, Rose! – ela me interrompeu – Obrigada, eu só precisava ouvir isso.

Sorri para ela.

Os meninos já voltavam da água, azuis de tanto frio, eu fui me levantar correndo para levar-lhes as toalhas quando senti uma pontada em minha barriga.

-Rosalie? – eu sabia que estava pálida, pois me sentia gelada e sem forças.

Eu ainda vi todos correndo em minha direção, mas apaguei depois.


Quando acordei estava religada a aparelhos barulhentos, deitada em uma maca de UTI. Olhei para os lados e vi Emmett dormindo sentado numa cadeira muito próxima a mim. Engoli seco, mas não tive forças para mais nada, logo desfaleci de novo.

Ardía, queimava, doía.

Todas as partes do meu corpo, eu as sentia sendo destruídas pouco a pouco por mim mesma. Eu não queria ouvir um médico com piedade dizendo que eu ainda tinha chances, nunca havia estado tão certa de que morreria. Estava ali na minha cara a morte, ela já estava até querendo me dar o braço.

O médico me deu pouco tempo de vida. Aparentemente o transplante não apenas falhara como também debilitara tanto o meu corpo que uma pequena infecção que eu tive tornou-se rapidamente algo generalizado.

Parece que esse alerta de fim acordou a minha família, em duas semanas recebi visita de todos os parentes que haviam sumido da minha vida havia anos. TODOS. E até que eu me diverti.

No final daquele mês de julho foi a vez de meu pai. Oh sim, o pródigo pai retornava a sua filha. Eu não acreditei quando ele adentrou meu quarto, eu queria chorar, estava tão feliz de vê-lo, mas meu orgulho, sempre aquele maldito orgulho, me mandava agir como se tivesse alguma mágoa guardada.

-Pai!

-Oi, Rosie – se eu tivesse forças e não estivesse acorrentada à máquinas e recoberta por capas para esterilização do ar eu teria corrido a seu encontro e o abraçado, que bom que eu estava bem presa – Eu vim implorar o seu perdão, filha.

-Pai, não – eu ia tentar resistir mais um tempo, mas não consegui, as lágrimas jorraram de meus olhos torrencialmente – Pai, não tem importância, pai! Que bom que está aqui, eu... eu estou com tanto medo!

-Eu me senti um completo fracasso para com você, Rosalie, mas não era uma justificativa válida para deixá-la em uma hora como aquela! – ele se enfiou por debaixo da capa e me abraçou – Filha, será que você vai me perdoar?

-Eu já te perdoei há muito tempo, pai – eu sorri, mas até isso parecia exigir força demais.

-Pai, eu to morrendo.

-Rosie, vamos tentar o transplante novamente, vai ficar tu...

-Não. Eu to morrendo. Eu sei que estou e não quero mais lutar contra isso.

-Quê? Como assim! Não! Filha, não desista agora! – ele trovejou. Rodeava a sala sem paciência alguma.

-Pai, eu fiz quimioterapia por três meses, eu me submeti a um transplante fracassado, estou com uma infecção generalizada. Pai, eu estou só o pó. Eu não consigo nem mais erguer uma mão! Não quero ter que me esforçar mais. Para mim chega. Por favor...

Meu pai olhou bem dentro dos meus olhos e entendeu. Era como uma eutanásia o que eu estava pedindo, mas bem mais simples, era só ele adiar as cirurgias, no meu estado eu não duraria nem mais um mês.

Ele me sorriu como eu jamais tinha visto antes. Moveu seus lábios sem pronunciar propriamente as palavras, mas eu entendi: "eu te amo".

-E estou muito orgulhoso da filha que tenho. Nunca duvide do quanto eu te amo. Nme por um segundo, tudo bem, Rosie? – meus olhos novamente cheios de lágrimas e os dele me acompanharam.

-Eu te amo muito, pai. Obrigada por tudo.

Sem desgrudar os olhos de mim ele saiu do quarto e eu fiquei sozinha com meu choro.


Emmett já não me visitava há uma semana. Eu estava em pânico acreditando que tinha sido abandonada por ele. Por mais que eu quisesse que ele fosse feliz, era egoísta o suficiente para querer sua companhia até minha morte.

Mas na primeira semana de agosto ele veio. As aulas iam começar, mas ele não parecia se incomodar com isso.

-Você não pode repetir de novo um ano, Emm. – eu falei rouca, porém firme como uma mãe.

-Não me importaria...

-Emmett!

-Rosalie, por favor, fique quietinha – ele sentou-se perto de mim, passou o álcool em gel deixado por perto e, afastando as cortinas de plástico, acariciou meu rosto – Não se preocupe com isso agora.

-Emmett – acho que estava sensibilizada naquela hora, porque já sentia meus olhos se encherem de água.

-Não se preocupe, eu vou freqüentar as aulas direitinho. Vou fazer isso por você! Por isso que eu vim aqui hoje, pra falar que provavelmente só volto no fim de semana pra te visitar – ele incitou um pequeno sorriso no canto da minha boca.

-Você vai ficar bem sem mim, certo?

-Ah, não sei, eu mal agüento vê-la aqui neste estado. Eu errei muito feio com você, isso faz eu me corroer por dentro todos os dias, eu não sei como você pode me encarar.

-Eu te desculpei, e você me aceitou de volta quando eu fraquejei no início disso tudo. Estamos quites – eu alarguei o sorriso, ele correspondeu.

-Rosalie, eu te amo muito. Eu, não sei por em palavras, já tentei provar o quanto te amo, já tentei de tudo e sei que não foi suficiente, mas eu quero que você saiba que eu te amo muito mesmo e que você será única na minha vida.

-Eu sei que você me ama, seu bobo. Está tudo bem entre nós. Eu prometo – eu olhei para os lados e decidi perguntar – Emmett, você acredita em almas-gêmeas?

-Não – ele respondeu com convicção.

-Você vai achar alguém pra te fazer mais feliz que eu.

-Eu não tenho certeza se quero...

-Nós achamos um amor justo quando não o estamos procurando. Emmett, me prometa que vai ser feliz? Eu posso estar me valorizando demais, mas não quero ver você arrasado quando eu olhar lá de cima.

-Lá de cima? Então você já foi pro céu? – ele estava brincando, ainda era o meu Emmett.

-É sério.

-Não prometo nada. Digo só que vou tentar seguir em frente, eu, seu irmão, seus pais, inclusive a Bella. Todos apenas tentaremos seguir em frente. É o melhor que poderemos fazer, por nós e por você – eu deixei a emoção me tomar de novo – Você falou com seu pai, né?

-Sim. Tentei ser durona, mas você sabe como sou; derreti depois de três segundos.

-Sei bem. E dou graças por você ser assim. Já pensou se você não me perdoasse? Acho que EU não conseguiria me perdoar, viveria minha vida to...

-Chega, Emmett, por favor! Não quero mais falar disso, está tudo bem, eu juro! – eu lhe sorri – Emmett, eu fico tentando em convencer de estou bem, mas como vou viver sem você se esse não for um fim definitivo?

-Você vai se virar muito bem. Não sei o que eu vou fazer direito. Vou seguir em frente e você também. Rosalie, como você está se sentindo?

-Péssima. Mas saber que vou morrer alivia um pouco.

Ele riu um pouco e me beijou na bochecha.

-Amanhã tem aula? – eu perguntei.

-Sim.

-Se concentre.

-Tudo bem.

-Mas pense em mim.

-Com certeza.

-Eu te amo.

-Eu também.

Ele se insinuou para me beijar, esquivei um pouco. Pensei em não deixá-lo mais me tocar, doía demais saber que estava para perdê-lo, acho que era o que mais doía. Eu amava tanto Emmett! Mais do que qualquer coisa. Eu não era sua alma-gêmea, mas ele era a minha. Minha metade, o amor da minha vida. Saber que ia morrer já não me afetava tanto, mas saber que não ouviria mais sua voz, que não sentiria mais seu toque, aquilo, sim, corroia.

Mas no final deixei que ele me beija-se. Aceitei e não em contentei com um único beijo, eu apertei as mãos dele o mais forte que pude e foi difícil pra mim quando minha mãe chegou e disse que queria conversar as sós comigo.

Emmett estava indo, e estava levando tudo que restava de mim com ele.

-Mãe, o que você quer?

Edward entrou também.

-E então? –eu incentivei mais uma vez.

-O Edward na verdade só queria um tempinho a sós com você, mas estava com vergonha de interromper – eu vi o olhar de Edward dizendo 'não foi bem assim', e só dei um meio sorriso.

-Rosie, eu vou voltar pra escola essa semana e a Bella também, por isso eu queria dizer pra você se cuidar, sábado viremos, ok?

-Claro, Eddie. Não precisam vir aqui me avisar isso, gente! Eu sei que vocês tem mais o que fazer.

Edward não parecia confortável em ficar comigo naquele quarto de hospital, ele pediu licença, beijou minha bochecha e foi embora o mais rápido que pôde.

Ficamos eu e minha mãe. Num silêncio horrível.

-Mãe? – ela me olhou – Obrigada. Por tudo.

Ela começou a chorar e eu perdi as forças ao vê-la novamente tão desarmada.

-Mãe?

-Ai, querida... Seu pai me disse que você não quer mais fazer o tratamento. Por quê? Tudo podia dar certo, já pensou?

-Mãe, eu estou cansada. Foi meio ano nesse sofrimento e se o tratamento só prolongar essa agonia? Eu estou bem com minha escolha, mãe. Estou tranqüila – sorri para ela esperando que ela correspondesse.

Minha mãe chacoalhou a cabeça positivamente e saiu correndo.

Eu morri na primeira quinta-feira de agosto. Quatro dias depois disso. Não foi ruim. Os sedativos me deixavam apenas semi-consciente, os analgésicos retiravam a dor. Meu corpo tomado pelo câncer expirou cedo demais segundo todos.

"Como ela era jovem!" todos diziam.

Não. Eu sentia como se fosse o meu tempo. Tudo resolvido, nenhum nó desgarrado.

Sabe o que me desconcerta? Ainda não sei responder quem eu sou. Ou quem eu fui.

Sei que morri aos dezoito anos. Constou em minha carta de óbito 10:45 da manhã e como causa leucemia. Sei que amei um menino. Sei que tive pelo menos uma amiga verdadeira. Sei que fui eu mesma, quem quer que eu fosse, até o fim.


OOi Gente!

Meu Deus, dá pra acreditar que estou quase no fim?

Na verdade dá porque já faz quase dois anos que escrevo essa história, né? ahahaha Nem acredito que 2010 já acabou! Foi um ano meio ruim pra mim pessoalmente, postei pouco e pá, né?

Bem, acabaram-se os capítulos-Rosalie (b)(Afinal não sou o Machado de Assis que curte escrever com mortos)! E tenho só mais dois da Bella!

Quero agradecer quem veio acompanhando. De todo o coração.

Obrigada.

Vejo vocês no capítulo 12 com a Bells. Estou feliz de acabar com a Rosalie. Sinceramente, não gosto de escrever com ela, é exaustivo. Muita personalidade num lugar só. hahaha

Beijinhos, (chorei tanto que estou sensível ao ponto de usar diminutivo)

Deixem reviews,

Louise.