Yo minna!
Saudades de todos vocês!
Demorei muito a vir postar, né? Então, demorei, mas a culpa não é minha! Culpem o Brasil por ser um péssimo país onde temos que estudar que nem condenados para ser alguém na vida. Se não fosse por isso, aqui, estaria eu, há muito tempo. Por isso, não queiram me matar!
Para compensar a demora, deixei o capítulo mais longo do que queria. Na verdade, peguei fragmentos do próximo capítulo e já adentrei nesse ^o^ E o próximo, por já estar pronto, será postado em breve! Só falta a revisão!
Erros, possíveis e prováveis, apenas ignorem ao lerem e, ao mandar o review ;p, avisem-me para que eu os possa arrumar!
Sem mais delongas...
Boa leitura!
Amanhecia em Tóquio.
O céu cinzento, o sol escondido e nada disposto a aparecer... O clima estava, certamente, perfeito para dormir, curtir o aconchego do quarto fechado e o calor insinuante do cobertor, no entanto, infelizmente, não eram todos que estavam aptos à voltarem a ociosa vida induzida por aquela manhã.
Não que por vontade própria, claro!
Era tudo tão convidativo que ninguém seria louco o bastante para recusar. Mas havia a responsabilidade! Ah, a carrasca, mal amada e impiedosa responsabilidade. Que fazia quaisquer que fossem levantar naquela manhã fria para seguir com os seus serviços e rotina escolar.
E dentre essas pessoas, lá estava Minato, impaciente com a grande irresponsabilidade do filho que, ainda, não levantara para se aprontar para a escola.
Suspirou com grande irritação.
Já chamara Naruto quantas vezes mesmo? Uma, duas... Dez?
Respirou fundo, pedindo paciência aos céus para que não fosse ao quarto do filho e lhe arrancasse da cama de forma nada carinhosa.
_ Naruto, levanta! Já está atrasado, garoto!
Ah, como era irritante ter que gritar logo pela manhã!
A garganta estava seca, por isso, a cada elevação de voz, sentia a vibração lhe arranhar por dentro. Aproximou-se, então, mais uma vez, do balcão e tomou a caneca com aquele fumegante líquido negro. A expressão se suavizou em grande deleite por apenas sentir o vapor do café lhe acariciar a face, algo que se intensificou ao provar do forte líquido quente, meio amargo e com um toque adocicado.
Com a caneca em mãos, puxou um banco e se sentou, prendendo, agora, sua atenção às perturbadoras notícias estampadas no jornal a sua frente. Tóquio estava cada vez mais perigosa, tanto que, ao ler um artigo sobre sequestros à adolescentes, que aconteciam logo pela manhã, levantou-se com brusquidão, pronto para tirar Naruto da cama e leva-lo para a escola. Não queria correr o risco de ter o filho sequestrado à caminho da escola.
_ Ohayo, Otou-san!
_ AH!
Pulou, assustado, com a presença tão repentinamente animada do filho. A caneca que antes jazia em suas mãos, agora estava caída no chão e o café quente lhe manchava a camisa branca. Virou-se para o loiro menor e o encarou com fúria, além de uma surpresa contida ao notar o uniforme bem alinhado vestindo o garoto, as alças da mochila juntas por sobre um ombro, os fios loiros rebeldes mais arrumados do que o normal e uma animação tão incomum à uma hora daquelas.
Franziu a sobrancelha e respirou fundo. Contou até dez – ou cem, levando em conta a quantidade de vezes que tivera que repetir a contagem para se acalmar – e suspirou cansado.
_ Por que não me disse que já estava acordado e, praticamente, pronto?
Naruto, que já procurava algo para comer, apenas deu de ombros, ignorando a tensão existente no cômodo, o chão molhado de café e a caneca quebrada em vários caquinhos – a preferida de Minato, ele reparou.
_ Não vejo o porquê disso...
_ Eu te chamei milhares de vezes, Naruto!
_ É mesmo?
_ Naruto... _ Chamou em tom de aviso, ao descaso que o garoto lhe tratara. _ Não estou com paciência para suas infantilidades.
_ Ah, otou-san... _ Naruto, que remexia em busca de algo de seu agrado, na cozinha, virou-se para o pai com uma expressão falsamente calma. _ Relaxa! Vamos! Está tão tenso... _ Sorriu presunçoso.
_ Você está me tirando a paciência, moleque!
_ Não estou não! Você é que está tenso demais... _ O loiro mais novo olhou para o pai maliciosamente, completando insinuante: _ Como que vai o seu caso com a tal... Qual é o nome dela, mesmo? Mai? Mei? Ah, é Mei! Então, como vai? Pelo seu estresse, já sei que vai de mal a pior!
Estava a ponto de socar o filho. Como ele podia ser tão sínico? Buscava palavras para calar o filho, para que o mesmo o respeitasse, contudo não as achava! Kami-sama que o ajudasse.
Respirou fundo e neutralizou a face, impondo-a tão fria que, em dado momento, quando o mais novo o mirou, sentiu algo dentro de si remexer desconfortável e quase vacilou em sua pose arrogantemente presunçosa.
_ Naruto... _ A atenção totalmente voltada para si, Minato continuou. _ Cala a boca! Não estou para brincadeiras e, você sabe, se continuar com essa palhaçada as consequências não serão nada boas. _ As palavras saíam calmas, quase sussurradas, imparcial, como sua face estava. Contudo, Naruto sabia: ele não estava nada calmo, e aquilo não era um aviso. A se fosse... Era uma ordem, tal qual ele, também, sabia que não seria nada legal, para si, desobedecer.
Minato cerrou os olhos e continuou, por breves segundos, encarando o filho, certificando-se de que ele havia captado a mensagem.
E, sim! Naruto captou, muito bem, a mensagem, tanto que tremeu levemente, desviando o olhar em seguida. Porém não transpassaria seu receio, muito menos abaixaria a cabeça para o mais velho.
_ Já acabou o seu... Hum... Discurso, otou-san? _ O veneno destilado, totalmente, em suas palavras arrogantes, o garoto desistiu de procurar algo para comer, ajeitou a mochila por sobre os ombros e rumou para a sala. Ignorou o bufo raivoso do pai e o olhar desafiador que o mesmo lhe mandara. Ignorou, como sempre.
Abriu a porta da sala e saiu rumo à escola, que ficava há, praticamente, uma eternidade longe de sua casa. Era bem mais rápido ir de carro, e como! Porém não aguentaria mais um segundo estar na presença daquele homem, ao qual, ultimamente, sentia-se obrigado a chamar de pai. E, claro, estava precisando caminhar um pouco e, felizmente, chegar atrasado. O primeiro horário era péssimo, assim como todos os outros, no entanto, certamente, em toda plenitude de sua opinião, as aulas de Orochimaru eram, simplesmente, péssimas.
Minato escutou a porta batendo e não conteve o suspiro aborrecido que saiu de seus lábios. Já estava começando a se cansar de toda aquela rebeldia de Naruto. Porém, ainda assim, entendia-o perfeitamente.
Sabia que o filho ainda estava abalado com tudo o que acontecera. E, ainda, tão recente...
Por um momento, pensou que, talvez, tudo seria diferente se não fosse tão fraco como era. Ah, um fraco! Tão sem tato, argumentos... Não sabia se impor, nem mesmo colocar o que pensava para fora... Poderia tudo ter sido diferente se não fosse sua fraqueza e covardia...
O culpado de toda aquela palhaçada.
Agora o filho, praticamente, lhe negava, não o respeitava mais, muito menos o via como o que era: seu pai. E aquele comportamento... Revoltante! Porque ele não lhe puxara? Bem, fisicamente era a cópia perfeita de si: os cabelos loiros, os olhos azuis tão intensos, os traços marcantes... No entanto, a personalidade... Ah, era o que estragava, totalmente, o loiro mais novo.
Já não sabia, mais, como controlar a impulsividade e desobediência do filho. É o pai, aquele que manda e desmanda, que impõe e dita as regras, o qual deve ser respeitado acima de tudo... Contudo Naruto, nem ele mesmo, agora, o via assim. Não conseguia!
Não depois de toda a sua covardia perante... Não! Não era momento para pensar nisso! Estava atrasado, já, e, agora, teria, ainda, que trocar de camisa.
Respirou fundo. Paciência que, sim, as coisas iriam, num futuro, se acertar. O tempo leva a vida, como, também, muda as pessoas, opiniões, assim como desgasta os prédios, renova as folhas, transforma a natureza e o meio em que se vive, e, com certeza, levaria, consigo, a mágoa e rebeldia do filho.
Deixou a cozinha e subiu as escadas, indo para o quarto. Revirou o closet em busca de outra camisa – devidamente passada, já que Hanna, a diarista da casa, estava há uma semana sem ir – e, depois de muita procura, enfim, achou. Colocou-a rapidamente e, correndo, saiu de casa.
Avistou o carro e correu novamente para dentro. Havia esquecido sua maleta e, o mais importante, as chaves do carro. Pegou-os e, novamente, deixou a casa. Tão logo, já estava no carro dando partida e, entre várias curvas e ruas, pegou-se num desastroso engarrafamento.
Céus, aquele, certamente, não era o seu dia.
[...]
_ Um, dois… Três... _ O rosto infantil estava, praticamente, colado ao vidro da janela e o dedo indicador apontando na mesma, contando e observando a fileira imensa de carros engarrafados. _ Quatro... Ah... Apenas quatro! Nee-chan, só avistei quatro carros vermelhos, até agora! Os amarelos foram...
O corpo estava presente. Hinata, sim, estava ali, sentada no bando traseiro do carro de seu primo, acompanhada da irmã, rumo à escola. Contudo, a mente estava longe, divagando uma impulsividade tão incomum para si.
Estava tão nervosa...
E como não ficar?
Prometera, em um momento de súbita excitação, que mudaria. Que viveria mais, que ignoraria, por completo, sua insegurança e timidez... Enfim, que seria uma pessoa mais animada e, porque não, ousada? Ousadia tinha tudo haver com aquela repentina vontade de mudanças, por isso estava mais do que inclusa em suas mais novas características.
No entanto, hoje, nesse dia que ela prometera começar sua mudança, bem... Já não tinha mais o mesmo pensamento de ontem, do dia anterior, do momento de sua empolgação.
Pensava onde estava com a cabeça para prometer uma coisa dessas, pois, certamente, não estivera, nunca, em seu estado normal ao cogitar uma coisa daquelas.
Estava insatisfeita, sentindo-se culpada e muito, mas muito mesmo, arrependida.
Queria poder voltar no tempo e nunca ter escrito, em seu diário, que mudaria. Contudo, a viagem no tempo, ainda, não fora inventada, o que a fazia, internamente, socar-se com força.
Mas, bom, não era de todo ruim essa situação, como ela julgava. Se houvesse feito essa promessa para alguém, como seu pai, Neji ou Hanabi, aí, sim, deveria estar querendo se matar, agora. No entanto, prometera somente para si, nada além dela mesma!
A incerteza que lhe adornava, no momento, poderia, muito bem, ser destinada ao fato de ser uma pessoa honesta – muito, na verdade –, o que justificaria sua relutância à descumprir com sua palavra. Contudo, ela sabia, muito bem, que não era isso.
Se fosse, com certeza, não estaria nessa crise interna tão desesperadora para si.
Hinata, no fundo, sabia que, sim, queria mudar!
Queria muito!
Não estava tão, assim, satisfeita com o que transpassava em sua pessoa. Por isso relutava, ainda, em sua decisão. Queria mudar, porém não queria assumir, além de ser insegura o bastante para se encher com as negatividades da promessa.
E se desse errado? E se ninguém reparasse? E se continuasse sendo a mesma excluída de sempre? E se...
Ah, os "e se..." que, sempre, desnorteavam-na a ponto de sufoca-la na própria indecisão.
Já começava a desesperar quando sentiu um forte cutuco em seu braço, fazendo-a, rapidamente, endireitar-se no banco e dirigir sua atenção à irmã, que lhe olhava contrariada.
_ Nee-chan! Você não está me dando atenção! _ A menor repreendeu emburrada.
_ Ah, desculpa, Hanabi-chan! Estava com o pensamento longe. _ Suspirou e mirou a irmã, arrependida. _ Prometo que não acontecerá novamente.
_ Tudo bem! Mas no que tanto pensava, hein? _ Franziu o cenho em uma expressão falsamente pensante, quando, por fim, sorriu maliciosamente para a irmã, os olhos perolados totalmente acusadores. _ Está apaixonada, nee-chan?
O carro que, vagarosamente, andava por aquela engarrafada rua parou subitamente, fazendo as, ali, presentes, exclamarem assustadas.
Neji pouco se importou se machucou alguém com sua inusitada parada, muito menos com a carranca que se fez no rosto infantil de Hanabi. Estava mais preocupado, olhando, através do espelho retrovisor, uma Hinata corada, olhando-o interrogativa. Havia notado o quanto a prima estava distraída desde quando acordara. Notou a mesma corar, do nada, algumas vezes, e, até mesmo, falar, como era de seu costume, sozinha pelos cantos da casa, tudo pela manhã.
Pensou que algo lhe afligia, contudo, em momento algum, passou por sua cabeça que, sim, ela poderia estar apaixonada. Como fora tão idiota por não ter pensado nisso antes? Ah, caso sério esse que, infelizmente, havia se metido! Olhou firme para Hinata, pedindo, pelo olhar, uma resposta à pergunta que Hanabi fizera.
_ Nii-san, p-porque...
_ Vamos! Responda! _ Cortou-a, as palavras saindo entredentes.
_ Hum? _ Olhou-o confusa. Com a parada abrupta do carro, esquecera-se, completamente, a insinuação da irmã.
_ Ah, nee-chan! O ciumento do Neji-baka quer saber se você tá apaixonada ou não! Pela cara que ele tá fazendo, é melhor responder que não. Odeio essa cara de dor que ele faz! Parece que vai vomitar em mim a qualquer momento. Hurg!
Neji encarou a menor friamente que, não se fazendo de rogada, encarou-o de igual forma. Ambos ficaram se fuzilando com o olhar e só desviaram quando buzinas foram escutadas, obrigando o garoto se voltar para o volante e seguir com o carro.
_ Então, nee-chan? Tá apaixonada, ou não?]
Por muitas vezes, Hinata queria esganar a irmã por conta daquele seu jeito petulante e malicioso, tão incomum à uma criança de sua idade, apenas doze anos. Em contrapartida, sentia-se orgulhosa quanto a insistência da mesma, chegando, em raras ocasiões, a compara-la com a teimosia de certo loiro ao qual admirava muito.
_ Não estou apaixonada, Hana-chan! Estou apenas distraída com... U-u-umas coi-isas, aí. _ Sorriu para a irmã, que lhe olhou desconfiada, mas assentiu, mesmo assim, a resposta recebida.
Hanabi, agora com a atenção de Hinata totalmente para si, voltou com sua brincadeira de contar quantos carros de tal cor havia naquela imensa fileira.
E fora assim até que adentraram uma rua sem tanta movimentação, ao qual, logo à frente, ocupando a maior parte da mesma, a escola Konoha High School ficava. Hinata, sentindo-se mais nervosa do que nunca, suava e batia os dedos indicadores em ato completamente nervoso, o que, pelo espelho retrovisor, Neji avistou e, com o cenho franzido, desacreditou, totalmente, na resposta da prima quanto a estar apaixonada.
O carro, então, parou enfrente à escola, e Hinata, rapidamente, saltou do mesmo, sentindo, até, a perna estalar por ter ficado tanto tempo sentada.
_ AH! Hina-chan!
Mal tivera tempo de agir, Hinata sentiu algo colidir com seu corpo e, praticamente, tombá-la para trás – algo que se não fosse o carro do primo, teria caído feio.
_ Quanta saudade eu senti de você, my best!
Ino abraçou a amiga fortemente, ignorando o fato de que quase a tombou, matando toda saudade que aparentava sentir.
_ Ino, nós nos vimos ontem.
_ Não importa! Eu te amo muito pra conseguir ficar longe de você mais que o necessário! _ Ino se afastou minimamente da amiga para enlaçar seus braços e puxá-la para a entrada do colégio. _ Ah, estou tão empolgada, Hina. Sabe aquele ruivo gostoso do 3ºA? Então, ah... _ Suspirou sonhadora, abanando a mãos enfrente ao rosto como se a temperatura, ali, tivesse subido só por ter mencionado o garoto. _ Ele estava olhando para mim e quando eu o flagrei ele deu um meio sorriso, Hina! Você tem noção de como isso é algo extremamente inédito? Gaara-kun, sorrindo? É, praticamente, inacreditável, né?! Ah, acho que me apaixo...
_ Hinata-sama! _ Ambas pararam abruptamente ao escutar a voz de Neji tão perto. Hinata se virou e olhou interrogativa para o primo que deveria estar muito longe, àquela hora, senão se atrasaria para a faculdade.
_ Nii-san?
_ A mochila. _ Neji estendeu a citada para a prima, contudo, quando estava prestes a entrega-la, sentiu algo, ou melhor, alguém, que só pelo perfume extremamente forte e irritante, para si, soube de imediato ser Ino, pular e, praticamente, pendurar-se em seu pescoço.
_ Neji-kun! Também estava com saudades de você! _ Ainda agarrada ao Hyuuga, Ino gargalhava interiormente. Sabia que o garoto odiava qualquer aproximação sua e, aquele abraço, com certeza, o deixaria furioso.
Hinata ria alto com a cena. Sempre soube dos sentimentos da amiga para com o primo, e, por mais que a loira negasse, sabia que o mesmo alguma coisa sentia por ela. Só o simples fato de que o garoto estava extremamente irritado, a ponto de querer socar a amiga, já demonstrava que imune a ela, ele não era.
_ Me solta, sua louca! _ Neji afastou a loira de si, bufando irritado. Rapidamente entregou a mochila para Hinata e, sem nem mesmo se despedir, deu as costas para a mesma.
_ Hina, tira uma duvidazinha, aqui... _ Ino chegou mais perto da amiga, como se fosse lhe segredar algo, mantendo um sorriso zombeteiro no rosto. _ É verdade, mesmo, que o Neji-kun é, você sabe, gay? _ Perguntou alto, escandalosamente, fazendo todos ao redor parar e observar um Neji que, também parado, furioso, apertava as mãos em punho, contendo-se para não discutir com a loira.
Ao redor só se notavas os murmurinhos, comentando sobre a sexualidade daquele que, há dois anos, fora um dos mais cobiçados naquele mesmo colégio. Alguns diziam ser impossível – a minoria – Neji ser gay, no entanto, bem, depois do afastamento ignorante que o garoto deu na loira – uma das mais belas da instituição – começaram a duvidar.
_ I-ino-chan... _ Hinata, com um tom de voz que ela odiou no momento, repreendeu a amiga. Contudo, o que saiu foi apenas um chamado manhoso, contrariando totalmente suas expectativas em chamar a atenção da amiga. _ Não provoque o Nii-san.
_ Ah, Hina! Eu cansei, viu?! _ Ino puxou a amiga pelo braço, arrastando-a escola adentro, com uma expressão aborrecida e solitária. _ Não vou ficar mais me humilhando pra esse pomposo de quinta. _ Cerrou os olhos e, abruptamente, parou, ficando de frente com a amiga, usando, agora, uma expressão revoltada, mas nada melancólica. _ Como ele pode cogitar a hipótese de desprezar Yamanaka Ino? Eu sou muito para ele! E, quando ele enxergar isso, vai ser tarde demais, já que estou de olho naquele ruivinho gostoso do Gaara.
Hinata riu, assentindo. Ino, novamente, naquela manhã, puxou a amiga e a levou para a sala, ignorante ao redor e, principalmente, à certo moreno de olhos perolados que, indignado com a brincadeira de mal gosto que a mesma fizera, seguiu-a a fim de pedir explicações, contudo apenas sorriu e sentiu-se corar. Inexplicavelmente o coração falhou uma batida, no entanto, ignorou e, apressado, partiu rumo ao carro. Estava atrasado e, ainda, tinha que levar Hanabi a escola.
Aquele, certamente, não era o seu dia.
[...]
Depois de uma longa caminhada, enfim, ao seu destino, chegou. No entanto, muito antes do que, realmente, queria. Chegara faltando cinco minutos para os portões da escola se fechar, algo que não estava em seus planos. Porém, preferia frequentar as aulas de Orochimaru à perambular pela rua e ter o desprazer de acabar por esbarrar em alguém conhecido e ter de dar explicações desnecessárias por estar cabulando aula. Por isso, a muito contra gosto, adentrou a escola, ignorando o porteiro que lhe sorriu e desejou um bom dia, os olhares em sua direção e todas as piadinhas de mau gosto quanto a ter chego na hora correta – algo tão incomum para si.
Seguiu para sua sala devaneando, e, quando chegou à mesma, apenas se sentou em sua carteira, quieto demais, deixando todos, sem exceção, confusos com atitude tão incomum ao loiro.
De certo, aquela não era uma cena comum.
Naruto calado? Quando? Como? Onde?
Era tão estranha aquela cena, tão bizarra que chegava a incomodar. Contudo, naquele momento tão incomum, ninguém teve coragem de indagar o que ocorrera com o loiro ou, simplesmente, aproximar-se, claro se não fosse por Sasuke, melhor amigo do loiro, ao qual, sorrateiramente, sentou-se na carteira posterior à de Naruto, de frente para o mesmo, encarando-o indiferente, porém o olhar brilhava em uma preocupação que somente Naruto era capaz de enxergar.
_ Dobe. _ Cumprimentou indiferente, a voz tão desinteressada como sempre.
_ Sasuke. _ Naruto nem levantou a cabeça para responder, muito menos se importou quanto ao apelido que o amigo dera a si – algo que odiava. Apenas respondeu mecanicamente, muito ocupado pensando sobre a situação que se encontrava com Minato.
Sasuke cerrou os olhos, deixando, por segundos, a expressão se transparecer em uma preocupação fora do comum, porém, tão logo, a face comumente indiferente voltou, enquanto pensava que, sim, Naruto não estava nada bem.
_ O que tá acontecendo, Naruto?
O loiro apenas suspirou. Olhou para o amigo e sorriu, o largo e instigante sorriso que, sempre, faziam todos querer sorrir igualmente. Aquela não era hora para pensar os problemas que enfrentava com o pai, muito menos martirizar sua imensa, em sua concepção, culpa quanto ao motivo que levara o pai e o mesmo àquele distanciamento e implicações que estava acontecendo.
_ Estou bem, teme! Só um pouco cansado! Você sabe, acordei muito cedo. Mas, e aí, como foram as férias?
O moreno bufou e, indiferente, respondia, à sua maneira, as perguntas feitas pelo amigo. Estavam, ambos, com saudades, pois Sasuke viajara as férias, praticamente, toda, enquanto Naruto ficou por ali mesmo, o que gerou certo arrependimento por não ter aceitado o convite de Mikoto, mãe de Sasuke, quanto a viajar com os mesmos.
Orochimaru adentrou a sala e interrompeu, apenas com sua presença marcante e desagradável, a conversa e, acima de tudo, o bom humor dos alunos, que só se recuperariam com o intervalo.
Ah, três longas e tortuosas aulas de Orochimaru, Naruto pensou.
Aquele, nunca, que seria o seu dia!
[...]
_ Hina, vamos no banheiro comigo? Não quero ir sozinha!
O sinal, marcando o início do intervalo, soou e, mais do que rápido, os alunos foram deixando a sala. Hinata, ainda, guardava o material em sua mochila – algo que adquiriu como habito, depois que, inesperadamente, algumas canetas suas desapareceram e grande quantidade de água fora despejada em seu caderno – quando Ino, espalhafatosa como sempre, surgiu à sua frente, fazendo-a se assustar com a abrupta aproximação da loira.
_ Ah, I-ino-chan! _ Colocando a mão no peito, tentando conter o susto, Hinata suspirou. A loira apenas revirou os olhos, puxando a amiga pelo braço, erguendo-a, desajeitadamente, da cadeira, logo a levando para fora da sala.
Hinata iria protestar, contudo a loira não permitiu, dizendo que logo já estariam de volta.
Foram ao banheiro e, quando já pronta para voltar para a sala, Ino arrastou-a para o refeitório, não dando espaço para a mesma retrucar. Assim passou-se boa parte do intervalo e já impaciente por voltar à sala, Hinata deixou a amiga, saindo sorrateiramente para não ser pega em flagrante.
O corredor estava vazio, ao que, feliz, suspirou em satisfação. Não era bem vista por muitos naquela escola, e nem sabia, ao certo, o motivo. E, além de evitar problemas chatos e desnecessários ao esbarrar com alguém, por ali, usaria daquele momento de paz para pensar em sua tão precipitada decisão de mudar. Mas parecia que, ironicamente, aquele não era um dia muito bom e, certamente, adequado para si.
_ Ora se não é a pequena e sem sal Hyuuga!
Ah, e como não era!
Lá, a sua frente, aparecendo sabe-se lá de onde, estava Karin e seu bando; as garotas mais irritantes da face da Terra, encarando-lhe com pura superioridade e nojo. Hinata, instintivamente, encolheu-se onde estava, abaixando a cabeça e deixando a franja farta lhe cobrir os olhos perolados.
_ Como foram as suas férias, doce princesinha? Cheia de mimos e paparicos do seu fiel capacho Neji-kun? _ A ruiva lhe olhou com raiva, enquanto chegava mais perto de si, andando à passos lentos, de gatos, pronta para atacar à qualquer instante.
Hinata sentiu um arrepio lhe acertar o corpo com força. Ah, como odiava aquelas situações com Karin e o seu bando. Só de escutar as risadas de hienas de Tayuya e TenTen, tremia na base. Arrastou, forçadamente, em seu maior estado instintivo, os pés para trás, recuando, sentindo-se acuada por aquela à sua frente.
_ Oh! Que coisinha mais fofa! Está com medo, querida? _ Karin levou uma das mãos ao queixo da pequena, erguendo sua face assustada.
Torcia, rezava, clamava para que alguém fosse ali, para que aquela situação se quebrasse. E estava quase deixando às lágrimas lhe soltarem os olhos, quase se deixando levar por aquela humilhação que a ruiva queria tanto ver.
Estava...
Quase!
Quase, pois, de repente, seu diário lhe veio a mente. Algo tão banal e ridículo para lhe vir à um momento quanto aquele... Mas que, bem, fez toda a diferença para si. Encheu-a de uma sensação tão diferente.
Ela prometera que iria mudar!
Prometera!
E, porque não? Era capaz e não estava mais aguentando aquelas humilhações!
Não se sujeitaria mais à isso, e aquele era o momento certo.
Prendeu a respiração por um instante, enquanto endurecia, levemente, a expressão, outrora assustada. Bruscamente, desviou a cabeça do toque da outra, olhando-a nos olhos, em um desafio mudo. Karin se assustou com a movimentação repentina de Hinata, ainda mais quando a mesma lhe desafiou, porém, a surpresa deu lugar, rapidamente, à fúria quando a morena, simplesmente, deu-lhe as costas e saiu andando pelo corredor.
Hinata estava tão orgulhosa de si... Havia enfrentado Karin! Havia dado o primeiro passo para sua mudança, que há instantes antes lhe atormentava. Sorriu largamente, ignorante ao seu redor, absorta naquele sentimento de vitória que lhe preenchia. Tão absorta que não notou dois pares de olhos lhe encarando.
Karin, por outro lado, encontrava-se irritada e chocada demais com a atitude de Hinata, tanto que, igualmente a outra, absorta em sua própria fúria, não notou os risinhos irônicos e sacanas de suas amigas, muito menos uma marcante presença atrás de si, que, rapidamente, silenciou a risada das outras duas.
_ Acho que teremos, novamente, que conversar sobre suas implicações desnecessárias com a Hyuuga, não?
A ruiva se arrepiou instantaneamente quando a voz grossa e forte chegou a si, temendo, mais uma vez, o teor da conversa que teriam. Suspirou indignada, dirigindo impróprios dos mais variados tipos àquela que era alvo de suas implicações.
Ah, ela pensou, é dessa vez que meu namoro acaba.
Bufando irritada, virou-se para aquele que lhe dirigia uma face imparcial, contudo os olhos brilhavam perigosos, em um mudo conhecimento de que, sim, a conversa seria complicada e, muito provavelmente, o namoro terminaria ali, naquele mesmo dia em que a Hyuuga colocara, em sua concepção, as garrinhas para fora.
Certamente, aquele não era o seu dia.
[...]
O som estridente do sinal indicou, finalmente, o término das aulas daquele dia – o primeiro do segundo semestre –, fazendo, mais do que rápido, os alunos saírem das salas rumo à suas casas.
Naruto, adiando, ao máximo, sua ida para casa, enrolou e enrolou para guardar o material, buscando Sasuke com os olhos, vendo o moreno esgueirando-se por entre a multidão de alunos, todos de uma só vez, querendo sair por aquela pequena porta. Quis rir, pois Sasuke nunca que seria daquele jeito apressado, sendo que, por muitas ocasiões, se não dizendo "sempre", enrolava na mesma medida que o loiro, contudo, agora, lá estava ele, correndo apressado para que pudesse fazer sabe-se lá o que.
Uma tardia curiosidade se apossou do loiro, que rapidamente guardou o material na mochila alaranjada e se levantou, mas, prestes a dar o primeiro passo, subitamente parou.
Será que deveria...?
Saiu da sala com a terrível indecisão que se apossou de si. Apenas sorriu e seguiu rumo à sua decisão.
[...]
Olhava a cada segundo para o relógio em eu pulso. Merda! Estava atrasado e sabia que a menina era pontual demais para se atrasar em alguma coisa de sua rotina. Observava-a de longe sempre, notando cada passo que ela dava. A que horas chegava, o que fazia no intervalo, e que, logo quando a aula acabava, rumava para a biblioteca e ficava lá, conversando com a bibliotecária idosa irritante – que ele não entendia como uma pessoa tão doce fizera amizade – sobre coisas banais por quase quinze minutos. Ele não entendia como, mas, de alguma forma, ela sabia direitinho o tempo exato que fazia as coisas. Poderia ser o costume – pois nem olhar no relógio ela olhava, apenas seguia o extinto que dizia que o tempo já havia dado – mas era algo impressionante para ele.
Apressou o passo, controlando-se ao máximo para não correr. Claro, seria muito estranho ver alguém como ele correndo por entre os corredores da escola, ainda mais para ver uma garota. Olhou mais uma vez para o relógio. Um minuto. Apenas um minuto para atravessar a escola praticamente toda e poder ao menos olhá-la uma ultima vez antes de seguir o restante do dia sem vê-la. O coração batia acelerado em seu peito, as mãos suavam e ele tinha certeza de que estava ansioso demais para vê-la. E, infelizmente, já havia de acostumado com iss. Observá-la e querer estar perto dela. Queria tocá-la e falar coisas bonitas quando a via triste, porém não conseguia se aproximar. Ainda mais quando a via olhando para seu amigo com aquele olhar todo apaixonado. Queria se matar por isso, sempre conseguia o que queria, mas não podia se expor de tamanha forma.
Ah, quem diria! Sasuke Uchiha, inseguro e apaixonado. Se a outra soubesse disso... Não queria nem pensar no que aconteceria. Não que tivesse medo dela, mas era muito irritante escutar a namorada reclamar por ciúme bobo. Precisava vê-la. Precisava! Olhou ao redor de onde estava, não encontrando absolutamente ninguém, o que fê-lo sorrir e sair correndo o mais rápido que conseguia.
Atravessou o pátio, e já estava quase virando a curva do próximo corredor quando viu algo que lhe chamou a atenção. Algo não, na verdade, alguém. Sorriu maliciosamente, antes de mudar o rumo de seus passos.
_ É! Enfim a sorte sorriu para mim.
Gostaram? Reviews!
Não gostaram? Reviews!
Devo parar, imediatamente, com a fic? Aí, principalmente, reviews!
Vossas opiniões são muuuito importantes para mim!
Bem, vou-me indo, agora!
Papel cumprido é consciência mais leve ^-^
Ah, só comunicando uma paradinha aqui com ustedes: então, escrevi uma oneshot SasuHina que, provavelmente, será, num futuro próximo, uma threeshot, com direito a hentai! Se alguém, aí, curtir o casal, deem uma passadinha por lá e deixem sua opinião ;)
Nome da fic: Platônico (?)
hehehe
É isso, minna!
Espero que tenham gostado e que essa aura assassina que sinto aqui seja apenas impressão minha! Não me matem pela demora, onegai!
Beijos carinhosos!
Ja ne ^.~